DiogoMainardina ilha do desespero

O meu plano

15.05.20

Hamilton Mourão, quando assumir o poder, tem de impor um lockdown nacional. Depois de dois meses de clausura, com as tropas nas ruas, para garantir o isolamento total, o Brasil finalmente vai poder imitar a Europa e tentar uma retomada amedrontada da economia. Esse é o meu plano.

Se Hamilton Mourão assumisse na primeira semana de junho, em agosto já estaríamos fora do buraco. O meu plano, como se pode notar, é preciso. Ele acompanha as tabelas do Imperial College. Qual é o grau de confiabilidade desse meu plano? O mesmo das tabelas do Imperial College. A margem de erro é grande. O que posso dizer com certeza, porém, é que qualquer outra saída é ainda pior. É matemático.

Para acelerar o processo, Hamilton Mourão deveria chamar Luiz Henrique Mandetta de volta ao Ministério da Saúde. Ele sabe como aquele negócio funciona. E sabe falar na TV. As pessoas só aceitam a dureza de um lockdown quando ele é bem explicado. Não basta mostrar as imagens dos cemitérios. É preciso mostrar também que o vírus pode ser controlado, e que os ganhos de um lockdown, a médio prazo, acabam sendo maiores do que as perdas. Matemática.

Alguns dias atrás, Hamilton Mourão defendeu o escambo de cargos com o Centrão a fim de criar uma coalizão de centro-direita. No Palácio do Planalto, ele deveria fazer o contrário, interrompendo esse escambo criminoso e criando uma coalizão antivírus, com toda a sociedade, para enfrentar a calamidade na saúde e na economia. Não sei se dá para fazer isso. Mas plano é assim mesmo: pode funcionar na teoria e fracassar na prática.

Muita gente teme que, se assumir o Palácio do Planalto, Hamilton Mourão nunca mais saia de lá. Essa é uma questão que eu nem considerei em meus cálculos. O plano destina-se apenas a salvar dezenas de milhares de pessoas. O resto é imponderável.

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