‘Postura submissa’
15.05.20Nos telefonemas que trocaram nas horas seguintes à visita que Jair Bolsonaro fez a Dias Toffoli na semana passada, na companhia de um batalhão de representantes do setor empresarial, ministros de cortes superiores tentavam entender a razão do que chamaram textualmente de “postura submissa” do presidente do Supremo em relação ao presidente da República. Alguns se indagavam até se o Planalto tem alguma carta na manga capaz de assustar Toffoli. “Alinhamento ideológico não é, institucional também não. Só pode ser algo pessoal”, dizia um ministro. A visita repentina, em que Bolsonaro procurou transferir para o Supremo o peso político da derrocada da economia em razão da pandemia, incomodou os demais integrantes da corte. Eles chegaram a ensaiar um pedido conjunto de explicações a Toffoli, sob o argumento de que a reunião expôs o tribunal. Nas conversas travadas logo após o episódio, as excelências lembraram que Toffoli topou uma visita marcada às pressas por funcionários de baixo escalão, sem seguir a liturgia usual, e que o presidente do STF só soube na hora que o staff de Bolsonaro estava transmitindo o encontro ao vivo nas redes sociais do presidente.
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