Os azarões

05.06.20

Os constantes altos e baixos da bolsa de apostas para as próximas vagas no Supremo Tribunal Federal têm feito até azarões sonharem com a possibilidade de ficar com uma das cadeiras. Um desses azarões é a desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. Nos corredores da corte, colegas dizem que ela está em campanha, apesar de suas chances serem sabidamente pequenas. Convertida ao bolsonarismo, ela tem feito de tudo – até o que a liturgia da toga não recomenda – para agradar a família presidencial. Dias atrás, atacou Celso de Mello ao comentar um post de Flávio Bolsonaro no Instagram. O filho 01 do presidente reproduzia a já célebre nota em que Augusto Heleno falava em “consequências imprevisíveis” caso o celular de Bolsonaro fosse apreendido. “É o mesmo que rasgar a Constituição da República! Estou deveras estarrecida com a postura do ‘decano’”, escreveu ela. O sonho da desembargadora não é de todo desarrazoado. No ano passado, uma de suas filhas advogadas, Lenisa Prado, foi escolhida pelo presidente para ocupar uma vaga no Cade. Desta vez, porém, há alguns obstáculos no caminho de Carminha, como a desembargadora é conhecida. Além de ter mais gente na fila, se quiser se colocar mais abertamente como candidata, ela arrumará problema com um de seus maiores amigos nos tribunais, o ministro do STJ João Otávio de Noronha, outro azarão na corrida pelo Supremo. Há mais um empecilho de difícil solução: não faz muito tempo, o nome da desembargadora apareceu em um escândalo. Em mensagens vazadas, sua outra filha, advogada da JBS, figurava como personagem de um suposto esquema de lobby judicial nas cortes de Brasília.

Reprodução/JusTocantinsReprodução/JusTocantinsMaria do Carmo, ou Carminha: nunca é demais sonhar

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