DiogoMainardina ilha do desespero

O desmoronamento de Bolsonaro

10.07.20

A popularidade de Jair Bolsonaro desmoronou depois do afastamento de Sergio Moro. O melhor indicador desse desmoronamento circula no mercado financeiro. É o tracking da XP, que avalia diariamente o governo. Sergio Moro demitiu-se em 24 de abril. O efeito no tracking foi imediato. No dia seguinte à sua entrevista coletiva, a linha vermelha — que corresponde àqueles que consideram o governo ruim ou péssimo — disparou de 33% para 44%, enquanto a linha amarela, dos apoiadores do bolsonarismo, caiu de 33% para 27%. No total, uma perda de 17 pontos, que se mantiveram praticamente iguais até agora, seis semanas mais tarde (na última quarta-feira, os números eram 41% e 25%). Não há o que discutir. O efeito Moro é matemático, sem margem de erro.

No mercado financeiro, circulam também outras tabelas que podem dar uma sobrevida a Jair Bolsonaro. Elas se referem à retomada do consumo, em meio à calamidade da Covid-19. As vendas de produtos de uso pessoal e doméstico, por exemplo, deram um salto em V:

As vendas de móveis e eletrodomésticos tiveram um resultado semelhante:

Já há gente muito boa projetando uma queda do PIB neste ano de apenas 4%. Por esse motivo, o mercado financeiro torce para que o vírus não mate imediatamente o governo doente de Jair Bolsonaro. Sabe como é: os investidores, assim como os colunistas da Folha de S.Paulo, são consequencialistas.

Jair Bolsonaro sabotou a quarentena e conduziu alegremente dezenas de milhares de pessoas para a cova, contrapondo a vida à economia. Agora ele se agarra à economia para manter-se vivo politicamente. O Brasil é incapaz de fazer a vida e a economia caminharem juntas, com algum sentido moral. Somos um laboratório do mais puro inconsequencialismo.

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