Os dois pesos de Aras

31.07.20

O principal argumento “técnico” utilizado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para acabar com a atuação exclusiva dos procuradores das forças-tarefas da Lava Jato é financeiro. Segundo ele, só no ano passado foram gastos 3,7 milhões de reais com o pagamento de gratificações a procuradores que tiveram que fazer as funções de colegas deslocados para atuar exclusivamente na operação. Essa lógica econômica, porém, não vale para o gabinete do próprio Aras. Toda a equipe nomeada por ele desde que assumiu o posto, em setembro de 2019, está liberada das funções em seus gabinetes de origem, exatamente como os procuradores da Lava Jato que ele critica, e gerando custos semelhantes. Essa lógica tem funcionado até para cargos administrativos da PGR. No último dia 24, por exemplo, Aras tirou um técnico que ganha 20 mil reais do cargo de secretário jurídico e de documentação para nomear um procurador, com dedicação exclusiva na função. Além do salário de 33,7 mil reais, o novo chefe do setor terá direito a auxílio-moradia para trabalhar em Brasília e deixará de atuar no gabinete que ocupava até então, no Espírito Santo. São, portanto, dois pesos e duas medidas.

Pedro Ladeira/FolhapressPedro Ladeira/FolhapressAras: o que vale para a Lava Jato não vale para o próprio gabinete do PGR

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