LeandroNarloch

Ideias proibidas do século 21

07.08.20

Cada época tem seus valores sagrados, ideias profanas que motivam apedrejamento e ostracismo de quem ousa defendê-las. Nossa época não é diferente. Palavras e números bem distantes do preconceito, e com bom potencial para explicar problemas sociais, estão enfurecendo minorias identitárias. Coisas que antes pareciam óbvias hoje viraram tabus. Passei as últimas semanas montando aulas de um curso só sobre essas verdades proibidas do século 21. Eis algumas delas:

1. É mentira que as mulheres ganham 20% menos que os homens para o mesmo trabalho. Se fosse assim, as empresas só contratariam mulheres. O dado do IBGE se refere à média de salários de todos os homens e mulheres do país.

2. A cada cem negros americanos assassinados, 89 são mortos por outros negros, conforme dados do FBI de 2017 sobre homicídios esclarecidos. A cada cem vítimas brancas, 80 são mortas por outros brancos.

3. “Homem” e “mulher“ não são construções sociais: são categorias biológicas reais. Mais de 99% das pessoas identificam seu gênero com o sexo de nascimento.

4. O fim do racismo, que obviamente seria uma excelente notícia, não é necessário nem suficiente para a ascensão social. Como conta o economista negro Walter Williams, imigrantes judeus, japoneses, sikhs, irlandeses e diversos outros povos que ainda sofrem preconceito estão hoje mais ricos que a média de seus países.

5. Existe uma natureza humana: nosso comportamento é influenciado por tendências evolutivas. Homens e mulheres são por natureza diferentes. Eles são mais violentos e competitivos; elas em média são mais empáticas e com maior aversão ao risco.

6. Por causa dessas diferenças evolutivas, homens participam mais de ambientes onde o vencedor leva tudo – como a política e o mercado financeiro. E são a maioria dos criminosos, presos, viciados em jogo e das vítimas de acidentes.

7. Em diversas cidades, protestos do Black Lives Matter diminuíram o policiamento em bairros negros, o que aumentou a taxa de homicídio nessas regiões. O fenômeno é conhecido por “efeito Ferguson”.

8. Diversos gays exerceram, sim, uma opção sexual. Como diz Masha Gessen, ativista trans e jornalista da New Yorker, a ideia de que gays não escolheram ser assim teve um efeito positivo ao ajudar a garantir direitos a eles. “Mas não corresponde à experiência de todas as pessoas com a sexualidade”, diz.

9. Nem toda a má situação de grupos marginalizados pode ser explicada pela discriminação. Como defende o economista negro Thomas Sowell, famílias desestruturadas, sem livros em casa e com pais alcoólatras são fortes determinantes da pobreza dos filhos.

10. Embalagens de plástico causam um problema grave de lixo, mas são mais sustentáveis que as de papel. A produção de papel ocupa áreas nativas para plantio de madeira, causa mais acidificação das águas, consumo de energia e emissão de gases do efeito estufa. As embalagens de papel são mais pesadas, exigindo mais caminhões (e emissão de carbono) no transporte aos consumidores.

11. Negros americanos, que são 13% da população, mataram 576 brancos em 2017, de acordo com o FBI. Já os brancos (70% dos habitantes) mataram 264 negros. A maior criminalidade dos negros hoje é uma questão social, não genética. No século 19, a taxa de criminalidade era similar nos dois grupos; a diferença tomou força no século 20.

12. Escolhas femininas ajudam a explicar por que há poucas mulheres na cúpula de grandes empresas. Depois de atingir um certo nível da carreira e patrimônio, cerca de 60% das mulheres se dão ao direito de escolher trabalhos menos estressantes, com menor carga horária e mais possibilidade de acompanhar o crescimento dos filhos. É o que diz a “Teoria da Preferência” formulada pela socióloga Catherine Hakim.

13. O PT orquestrou o maior esquema de corrupção da história do Brasil. Sempre é bom lembrar.

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