DiogoMainardina ilha do desespero

A verdade

04.09.20

Glenn Greenwald, enquanto festejava o fim da Lava Jato, tentando tirar proveito de um triunfo que não era dele (e sim de Jair Bolsonaro, Gilmar Mendes e Augusto Aras), encontrou um tempinho para homenagear nosso site.

Ele disse:

“Deltan/Antagonista X o mundo/a verdade.”

Ele estava certo, claro.

Voltei a fazer jornalismo, em O Antagonista, por causa da Lava Jato. Quando publicamos nosso primeiro post, no dia da posse de Dilma (Jair) Rousseff, os procuradores de Curitiba, coordenados por Deltan Dallagnol, ainda tateavam no escuro, mas eu sabia que eles acabariam topando com o esquema criminoso que alimentava o Brasil mais arcaico e mais nojento.

Depois de seis anos de disputa, porém, é preciso reconhecer que a turma “Deltan/Antagonista” tomou uma sova dos quadrilheiros reunidos sob a bandeira de “o mundo/a verdade”. De fato, no mesmo instante em que a derrota da Lava Jato era sacramentada, com o afastamento de Deltan Dallagnol, Jair Bolsonaro anunciava, no jardim do Palácio da Alvorada, mais quatro parcelas do coronavoucher, circundado por alguns dos mais célebres codinomes do departamento de propinas da Odebrecht, sócios do presidente da República no lucrativo negócio brasiliense.

A verdade, como disse Verdevaldo, é que os criminosos ganharam mais uma vez. A verdade é que o Brasil está destinado a ser saqueado por essa gente ordinária. A verdade é que os defensores da bandidagem nem precisam mais mascarar seus propósitos infames. A verdade é que nosso bananismo atávico sempre prevalece.

Até quando? Até Sergio Moro ser eleito em 2022.

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