Efeito Dilma

09.10.20

Jair Bolsonaro e seu entorno próximo cultivam um temor descomunal do Tribunal de Contas da União, muito em razão do papel da corte no impeachment de Dilma Rousseff. O motivo principal é a crença, um tanto exagerada, de que vem do tribunal o maior risco de embaraços capazes de travar o governo. Não é por acaso que nunca se viu nenhuma campanha do chamado Gabinete do Ódio nas redes contra o TCU ou algum de seus integrantes. Agora que enviará para a corte um de seus homens de confiança, o ministro Jorge de Oliveira, o presidente terá um integrante para chamar de seu e para estreitar os laços com a corte. A escolha, porém, tem uma razão extra relacionada a um outro medo do presidente. Como ministro do TCU, Oliveira ganha um cargo que por muito tempo lhe dará o abrigo do foro privilegiado. Assim, ele fica relativamente blindado no caso de algum dia surgir uma investigação similar àquela que avançou sobre Fabrício Queiroz por traficâncias no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. Jorge Oliveira foi durante muito tempo homem de confiança dos gabinetes dos Bolsonaro em Brasília.

Adriano Machado/CrusoéAdriano Machado/CrusoéBolsonaro quer paz constante com o TCU

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