A voz rouca, mas não isolada, do general

30.10.20

O duro artigo escrito no Correio Braziliense pelo ex-porta-voz da Presidência Otávio do Rêgo Barros contou com o aval de ao menos um militar com assento no governo. Foi o que ele revelou ao longo da semana a interlocutores que o procuraram para comentar as passagens mais ácidas do texto. Segundo o general, a iniciativa partiu dele, mas houve quem, embora ainda esteja no governo, concordasse com os termos da publicação. No texto, escrito no momento em que militares perdem protagonismo e entram em atritos com setores da ala ideológica do governo, há trechos como o que diz, sem mencionar o presidente Jair Bolsonaro,que “a soberba lhe cai como veste. (…) A autoridade muito rapidamente incorpora a crença de ter sido alçada ao olimpo por decisão divina, razão pela qual não precisa e não quer escutar as vaias (…) Infelizmente, o poder inebria, corrompe e destrói!”. O antigo auxiliar critica também assessores presidenciais que, segundo ele, “por sobrevivência”, assumem uma “confortável mudez”, enquanto que “os assessores leais — escravos modernos — que sussurram os conselhos de humildade e bom senso aos eleitos chegam a ficar roucos”. Escravo é escravo.

Anderson Riedel/PRAnderson Riedel/PRO artigo do general Otávio do Rêgo Barros, repleto de verdades veladas, contou com o apoio de um militar do governo
 

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