O cálculo dos Bolso-Boulos

27.11.20

Apesar do abismo ideológico com a extrema-esquerda, a corrente bolsonarista em São Paulo que pretende votar em Guilherme Boulos neste domingo faz um cálculo frio. Motivo de chacota nas redes sociais, o voto batizado de Bolso-Boulos é envergonhado, mas tem sentido: mais do que derrotar o tucano Bruno Covas, o objetivo é tirar o maior colégio eleitoral do país do arco de influência de João Doria, principal desafeto político do presidente Jair Bolsonaro e provável adversário dele na disputa pelo Planalto em 2022. “Seria quase um voto de protesto, mais pragmático. Para mim, o PSDB é um câncer para São Paulo e acredito que para ele (Bolsonaro), pensando no cenário nacional, não é interessante ter o Bruno Covas governando a cidade”, admite Gil Diniz, o deputado estadual paulista mais próximo do clã Bolsonaro. Para votar no candidato do PSOL, vale até um argumento mais local, de que seria mais fácil fazer oposição a uma eventual gestão do líder sem-teto do que a de um governo do PSDB, que conta com uma ampla aliança partidária e mantém influência sobre os órgãos como o Tribunal de Contas e o Ministério Público.

Assembleia de SPAssembleia de SPO bolsonarista Gil Diniz admite a estratégia: plano é enfraquecer Doria

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