ReproduçãoApós vacinar mais de 80% dos idosos, o governo israelense começou a convocar os mais novos

Injeção de bom senso

A vacina esnobada até agora pelo governo brasileiro tem apresentado um excelente desempenho em Israel. O sucesso da campanha tem ajudado a vencer a resistência de setores da população que antes se opunham à ideia de receber o imunizante
29.01.21

Em um discurso no Fórum Econômico de Davos, nesta semana, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu país “pode servir como um teste global para que se compreenda qual é a eficácia da imunização”. Ao tentar se colocar como líder mundial no combate à pandemia, visitando centros de vacinação e recebendo aviões com doses no aeroporto, Netanyahu certamente quer impulsionar suas chances na eleição marcada para o final de março. Por ora, não há como saber qual será o efeito político disso. Sua pretensão de que o país seja um teste para o mundo, contudo, já se confirmou. Desde o final de dezembro, Israel está vacinando, por dia, pelo menos duas pessoas a cada grupo de 100 habitantes. Com 82% dos idosos já protegidos, a campanha foi expandida para adultos com mais de 35 anos, grávidas e jovens de 16 a 18 anos que vão prestar exames educacionais. Com esse avanço impressionante, Israel é hoje o melhor lugar para saber o que acontece quando um país consegue vacinar seu povo.

Uma das constatações é que, depois de 14 dias da primeira dose da fórmula da Pfizer, ocorre uma redução drástica das taxas de infecção. “Após esse tempo, a quantidade de pessoas com teste de Covid positivo cai de 35% a 60% entre os vacinados, e isso continua diminuindo com o passar dos dias”, diz o imunologista israelense Cyrille Cohen, chefe do laboratório de imunoterapia da Universidade Bar-Ilan e membro do comitê consultivo de Israel para estudos clínicos de vacina para Covid-19.

Um estudo de um dos planos de saúde israelenses acompanhou 128 mil pessoas que tomaram as duas doses. Entre elas, apenas 20 contraíram a doença, ou 0,015% do total. Normalmente, ao longo de uma semana, o índice de infecção em um determinado grupo é de 0,65%. A redução indica que, no teste em larga escala feito na prática, a vacina da Pfizer alcançou uma eficácia levemente superior a 95%, como apontado pelos estudo clínico. Outro ponto importante é que nenhum dos casos desenvolveu um quadro grave da doença. Os pacientes apenas relataram dores de cabeça, tosse, sensação de fraqueza ou fadiga. Nenhum foi internado ou teve febre acima de 38,5 graus.

ReproduçãoReproduçãoNetanyahu tem ido receber os carregamentos de vacina no aeroporto
Os bons resultados ajudaram a reverter o receio que havia na população. Em dezembro do ano passado, entre 50% e 75% dos israelenses diziam que não tomariam a vacina. O problema era maior nos bairros árabes e de judeus ultraortodoxos, que são mais pobres. “Em geral, o que sabemos é que os mais ricos costumam ser mais proativos em buscar atendimento de saúde e são mais bem informados”, diz o analista político e especialista em comunicação Arieh Kovler. “No começo, muitas pessoas eram céticas em relação à vacina, o que é natural. Tratava-se de algo novo. Agora, todo mundo em Israel provavelmente conhece alguém que já tomou, então tudo fica menos assustador.”

Outro estímulo importante é que o Ministério da Saúde de Israel lançou em meados de janeiro o “passaporte verde” para aqueles que tomam as duas doses. Os portadores do documento não são obrigados a ficar de quarentena depois de entrar em contato com alguém com Covid, podem viajar para mais países e não precisam fazer testes para entrar em algumas áreas. Só têm de continuar usando as máscaras e evitar aglomerações, mantendo o distanciamento social. Deu certo. Pelos dados oficiais, apenas cerca de 10% dos israelenses rejeitam atualmente a vacina.

Em outros países, a desconfiança também diminuiu à medida que mais pessoas foram sendo imunizadas. No Reino Unido, o primeiro país a iniciar uma campanha, 77% dos entrevistados disseram que já tomaram a vacina ou pretendem tomar, segundo o instituto de pesquisas Kantar. Em dezembro, o índice era de 65%. A quantidade de pessoas que se recusa a receber o imunizante caiu de 23% para 17%. Nos Estados Unidos, país que aplicou o maior número de doses em números absolutos até agora — mais de 23 milhões —, a porcentagem de gente querendo a vacina subiu de 51% em outubro para 66%.

ReproduçãoReproduçãoVacina da Pfizer: a taxa de infecção cai de 35% a 60% em 14 dias
Enquanto mede os resultados, Israel tem atravessado uma segunda onda da pandemia, mais intensa do que a primeira – o sucesso da vacinação, portanto, veio em boa hora. Mesmo com a imposição de um lockdown que já dura três semanas, o total de casos positivos subiu de 70 mil para 76 mil em uma semana. Os hospitais estão no limite de suas capacidades. Nesta semana, o aeroporto internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, foi fechado. Para autoridades e cientistas, a explicação pode estar na chegada da variante britânica do coronavírus, há algumas semanas.

Com o sucesso da vacinação, outros dados levam esperança ao país. A taxa de transmissão ficou abaixo de 1, o que indica que a pandemia foi freada. O comitê consultivo do governo israelense estima que os índices de hospitalização e de mortalidade tenham um declínio significativo em um mês ou um mês e meio, o que poderá aliviar a situação dos hospitais. “É importante notar que, entre as pessoas que tomaram duas doses, a chance de ser internado com sintomas graves parece muito baixa”, diz Cohen. “Os resultados que temos da vacina ainda são parciais, mas encorajadores.” Viva a vacina.

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500
  1. Boa reportagem (embora pelo tamanho - território e população - não pode ser referência para países continentais). Mas a pergunta que não quer calar: entre 50% e 75% dos israelenses eram seguidores do “mito” e negacionistas? Entre 50% e 75% dos israelenses acreditam que a terra é plana?? Enfim, quando vcs querem, vcs sabem produzir um trabalho de qualidade, mas qdo se deixam levar pelas paixões políticas...

    1. O legislativo israelense é tão corrupto quanto o nosso. Basta dizer que engaveta os pedidos de impeachment do sionista Netanyahu, corrupto de carteirinha.

    2. Ana, não esquecendo também o nível de escolaridade, renda per capta e principalmente a qualidade de seu legislativo e judiciário que trabalham para o bem do país e não por interesses excusos.

  2. Tem q continuar usando máscara, n aglomerar e manter distanciamento social; quem toma as 2 doses da vacina “parece” q n terá a forma grave da doença se adoecer ... Encorajador ... pra q mesmo que serve vacina???

    1. o Brasil vacinou até agora 1,2 % da população. Os números absolutos não são parâmetro.

    2. Aaaaahh vá. Tenha dó. Ninguém é oligóide de acreditar nesse papinho. O cara só atrapalhou. Agradeçamos à Fiocruz e o Butantã, que insistiram, mesmo à revelia.

    3. SE FOR VERDADE QUE DEUS E BRASILEIRO, ESSE EMISSÁRIO DE SATANÁS NÃO VAI VINGAR EM 2022. NÃO CHEGARÁ NEM NO SEGUNDO TURNO!

  3. Como pode, a imprensa brasileira para elogiar alguém precisa depreciar o presidente e povo brasileiro. Foca em seu objetivo é deixa o presidente trabalhar.

    1. "Deixa o presidente trabalhar" kkkkkkk essa é de descerebrado mesmo! melhor perguntar pra ele pois acho que o miliciano gosta não! sempre foi um tremendo mandrião!

    2. Deixar o "presidentezinho" (bolsonarismo) trabalhar? Mas eleições da câmara e do senado usando o velho e criticado -- por ele mesmo -- toma-lá-dá-cá? No combate contra o controle da Covid-19? Nas inaugurações de obras já iniciadas por outros? No esforço pra sua (dele) reeleição em 2022? Que trabalho ele está fazendo pro povo brasileiro cara. Se liga. Acorda. Deixa ele comprar leite condensado pra "enfiar no rabo da imprensa".

  4. E não é que a Crusoe quer condecorar Netanyahu com a medalha do Grande Humanista do século , logo ele um sionista belicoso e corrupto militante ?!?!?!

    1. Criticar um sucesso de combate à pandemia? Deixe a política de lado, ao meno neste momento trágico!

    2. Não vi nada disso nada matéria! Não há nenhum elogio ao Bibi. Pelo contrário, seu oportunismo fica claro.

  5. O caso é que, nhennhenhéns à parte, há uma linha muito dura a separar o poder politico que deseja evitar mortes pela Sars2Covid19 e outro tipo de poder político assassino, de uma necropolítica ( cf. Mbembe,A) em grau variado de explicitação. Em Gaza devem ( não sei) se vitimizando. No BR é o "E daí!!!" do Presidente Miliciano! Nada de esq. ,direita, imperialista, anti-colonial, ou qquer outras clivagens possíveis. Basta observar ,quem é pela saúde e pela vida ou quem é pelo assassínio genocida!

    1. Se não fosse Lula presidente que calava a boca da mídia a pandemia não existia no Brasil!

  6. É pena que a conduta do país sobre a pandemia está nas mãos de um ex-capitão irresponsável e de seu ventríloquo (um general que atua como ventríloquo e que deveria estar nos quartéis).

    1. Correção. Ex-capitão não. Tenente de merda. Foi a capitão quando foi expulso do exército.

    2. ...e da ativa! Submetendo-se à vergonha de dizer: "manda quem pode, obedece quem tem juízo".

    3. ...e da ativa! Submetendo-se à vergonha de dizer: "manda quem pode, obedece quem tem juízo".

  7. 1.0 Dias atrás escrevi um comentário na Crusoé. Nele coloquei personagens que remaram contra a maré. Steve Jobs e seu campo de distorção da realidade. Bill Gates que enxergou o futuro da computação no software. E Bolsonaro, que gastou milhões na vaquinha sagrada Cloroquina, esnobando às vacinas. A provocação era: Bolsonaro ao ir contra todo o mundo, seria um gênio? E óbvio que já naquele momento, eu sabia que o Bolsonaro era somente um estúpido, servo de sua mente doentia.

    1. Para o. bem da nação, além de inepto o Minto é burro, está deslumbrado com as cretinices que anda fazendo. É só dar corda a ele pra se enforcar, não precisa nem da ajuda de suas marionetes.

    2. Luiz, não vejo no que deixar esse corrupto e genocida lá adianta. Mas tem razão em apontar a falta de opções , de gente proba, experiente e competente. Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão!

    3. Marcelo o povo brasileiro tem de aprender a votar. Com o impeachment da Dilmanta desaguamos na GRANDE DECEPÇÃO. Com o do pequeno Bozo teremos um Hamilton Mourão. Será que dá certo?

    4. 1.1 O Brasil hoje, para salvar vidas e recuperar a economia, tem a vacina do Butantan. Poderíamos ter outras vacinas, como a da Pfizer. Mas o general Pazzuelo e Bolsonaro, colocaram dificuldades, onde o mundo todo buscou facilidades. Dizem que Pazzuelo deixou o representante da Pfizer, esperando sete horas para uma reunião. Fico imaginando o que o Pazzuelo estava fazendo nessas sete horas. Obviamente não era analisando, se poderíamos ter um gargalo no oxigênio em Manaus. Talvez dormindo.

  8. Tem gente que não vai tomar na esperança de “algo melhor”. A questão é, será que vai ter algo melhor? E o Brasil vai poder comprar esse “algo melhor”?? Novas cepas estão sendo observadas. Quanto mais rápida for a imunização, menos riscos correremos, mesmo expostos às novas variantes! É pegar ou largar!

  9. A vacina não foi simplesmente esnobada, e sim não houve interesse pelo fato de ter que ser mantida em baixíssima temperatura e todo cidadão sabe que seria muito difícil a sua logística no Brasil. Fico espantado como um cidadão que só faz isso,(jornalismo), escreve algo tão ridículo como este artigo. Estou cada vez mais convencido que os jornalistas de verdade do Brasil, morreram todos. Os verdadeiros profissionais que estão aí na lida não se consegue completar os dedos das mãos. Vergonha nacio

    1. Ñ seria Ñ senhor Silas. As capitais, praticamente todas, tem frizer p/ manutenção de baixas temperatura. É uma questão de se informar melhor.

    2. Os jornalistas bons morreram. O Queiroz tá vivo, a Micheque tá viva, o Haras tá vivo, o Arthur Lira tá vivo, O Dias Toffole tá vivo, o Gilmar Mendes tá vivo. Tá bom assim para você? Mentecapto!

    3. Falou PAULO, o charlatão que não é médico nem farmacêutico mas entende de tudo. Campeão internacional de cursos, professor do Papa e do Biden.

    4. Silas, seu argumento não encontra vazão na realidade. A vacina da Pfizer foi esnobada e também ridicularizada pelo Bolsonaro, que disse que ela poderia transformar a pessoa em jacaré. Isso é fato. Com relação aos desafios logísticos e de armazenagem, minha opinião vai de encontro a do Marcelo.

    5. (cont) Mas necessários! Seu juízo, ao contrário, além de desprezível é desprezável. Vá lamber sabão!

    6. Não foi só esta vacina a esnobada, foram todas! E não venha comparar o Brazil (com z mesmo) à sua miséria mental! Ou será que nas capitais não há já ultrafrio? E situação que pode ser expandida! Afinal, são as capitais que detém o maior contigente de pessoas ( ou aglomerações humanas!). Xingar jornalista é fácil! Vá tenta-lo, Sr. Silas, se for capaz e tiver coragem para tal! Não sou jornalista nem parente de nenhum, em qquer grau, que eu saiba. Conheço alguns, são uns chatos, geralmente.

  10. BOLSONARO e PAZUELLO devem ser RESPONSABILIZADOS por SEUS CRIMES! Seus MILITARES VASSALOS CRIMINOSAMENTE BOICOTAM as VACINAS para EVITAR MANIFESTAÇÕES de RUA CONTRA o GOVERNO! Em 2022 SÉRGIO MORO “PRESIDENTE LAVA JATO PURO SANGUE!” Triunfaremos! Sir Claiton

    1. A aristocracia aderiu ao Moro, milorde? ( se o comentário estiver duplicado culpem o app, que é uma porcaria ( em manutenção evolutiva) mesmo!

    1. O que é que tem? Ao que consta, embora Israel conteste, é território palestino, controlado por uma milícia que não hesita em usar sua população como escudo às retaliações aos seus ataques terroristas em Israel! Não acredito que esteja tão preocupada em imunizar os habitantes locais!

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