Joel, o (in)fiel

26.02.21

Dos quatro votos a favor de Flávio Bolsonaro na decisão da Quinta Turma do STJ que anulou a quebra de seus sigilos bancário e fiscal, o mais surpreendente foi o do ministro Joel Ilan Paciornik. A posição de Paciornik, pró-Flávio, tocou fundo no relator do processo, Félix Fischer. Relator da Lava Jato na corte, Fischer acabou ficando sozinho no julgamento — ele foi o único a votar contra o pedido dos advogados do primogênito de Jair Bolsonaro. Nos bastidores, por muito tempo a aposta reinante no próprio STJ era que Joel Paciornik acompanharia o voto do colega, principalmente pela relação antiga entre os dois. O paranaense Fischer foi o principal patrocinador do nome do conterrâneo Paciornik para uma vaga no tribunal, em 2016, e muitos acreditavam que ele acompanharia o padrinho em um caso tido como extremamente sensível por envolver o filho do presidente. Se uma parcela dos ministros pensava assim, porém, outra já tinha detectado sinais de que ele iria seguir no caminho oposto. Em meados do ano passado, já em meio à pandemia, quando os integrantes do tribunal estavam trabalhando de casa, Joel Paciornik foi ao Planalto. Não houve explicações sobre o motivo da visita nem ficou claro se ele chegou a se encontrar pessoalmente com o presidente Jair Bolsonaro. Mais recentemente, em 3 de fevereiro deste ano – a semanas do julgamento, portanto –, o ministro voltou ao palácio. Desta vez, a visita foi registrada na agenda oficial de Pedro Cesar Sousa, ex-chefe de gabinete de Bolsonaro e então ministro-interino da Secretaria-Geral da Presidência. Indagado sobre o motivo do encontro, Paciornik preferiu não responder. “O ministro Joel não irá responder aos questionamentos“, informou o STJ.

Paciornik voltou ao Palácio do Planalto no início deste mês

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    1. Exatamente! Ninguém consegue entender esses dois pesos e duas medidas. É como se os Tribunais Superiores gozassem de isenções conferidas a castas acima de qualquer suspeita. Privilégio que se concederam a si mesmos sem nenhum embasamento legal e, pior, sem pudor algum!

  1. O que faz um juiz do STJ no planalto? Será comum nos EUA a situação em que juízes de cortes superiores visitem a Casa Branca?

    1. E o que é mais triste: com assuntos indeclaráveis. Custa muito, para um republicano, falar em linhas gerais sobre o assunto? isto faz pensar que são assuntos pouco republicanos.

  2. Joel qual a a percentagem que você ganhou para entrar no grande esquema das rachadinhas? Tava com inveja de teus colegas? O muito que lhes pagamos já não basta? O que você vê quando se olha no espelho.

  3. Cadê os garantistas de plantão que não reclamam da proximidade entre advogados de políticos e membros das cortes superiores.

    1. Hoje está se tornando comum os " advogados " botarem suas mulheres nessa aproximação promíscua. Porque será?

  4. Ou descobriram algo do Joel, ou prometeram uma vaga no STF, como foi prometido a outros integrantes desse STJ. Quanta desonra!

    1. esses ministros são uma vergonha! em quem confia? todos tem um preço vergonha, vergonha! lena

    1. Nunca saímos dela. A Lava Jato foi só um parêntese, infelizmente.

  5. Até Joel Ilian Paciornik se curvou diante as benesses oferecidas por Bolsonarove fsmilua. Que pena, mas caráter ou se tem ou não tem

  6. Data vênia, Fischer consagrou o melhor direito, a prova material robusta coletada na quebra de sigilo, enquanto os outros tiveram que se apegar ao formalismo, em prejuízo da verdade real, fundamento maior do direito penal para atribuir punição ao réu. Ministros do STJ, em sua grande maioria, pensam ascender ao cargo de Ministros do STF, o que é natural até certo ponto. Se recebem convite para um cafezinho no Palácio do Planalto, aí podem achar que o sonho será realidade para vaga a ser aberta.

  7. Pois é e depois os senhores ministros do STJ e STF, ficam querendo validar conversas haqueadas, contra a lava jato!! É vegonhoso o comportamento desses tribunais!! Tudo em pró de alguém, qual o interesse por traz disso???

  8. O grande mal do judiciário são as indicações presidenciais para os principais cargos nas as cúpulas do judiciário brasileiro. O bozo, por sua vez, mostra que seguirá na mesma toada petista de indicar juízes de acordo com interesses escusos e de lesa pátria. Isso, claro, para delírio dos bovinos retardados que vestem com gosto e alegria a carapuça de petistas enrustidos.

  9. Beeem lembradas essas visitas... e com isso tudo, ainda tem a turma suja de Brasília defendendo que Moro é parcial. Seria inacreditável se não fosse o esperado vindo dessas figuras.

  10. Como o Joel é ministro do Flávio Rachid, não importa se ele foi no galinheiro. Agora, qualquer pessoa comum, se passar perto do galinheiro, e faltar uma galinha, é ladrão de galinha. Joel, Joel, como tu olhas para teus filhos, se é que tens, teus.

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