Os áudios secretos de Joesley

10.08.18

Quem conhece Joesley Batista diz que são próximas de zero as chances de virem a público algumas das conversas que ele gravou enquanto estava negociando o acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Um dos áudios que ele guarda a sete chaves é o da famosa reunião com José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça de Dilma. A existência da gravação já é sabida faz algum tempo. Mas o áudio e os detalhes do que eles disseram são inéditos. À vontade, Cardozo diz ao dono da JBS que Sergio Cabral foi quem conseguiu que Luiz Fux e Luís Roberto Barroso fossem nomeados para o Supremo, conta os detalhes de como José Dirceu se moveu para que Dias Toffoli chegasse à corte e exagera na dose ao falar sobre o passado (e a vida privada) de Cármen Lúcia. Ricardo Lewandowski também é citado. Essa gravação nem chegou a ser entregue à Procuradoria. Mas advogados com bom trânsito na cúpula do Judiciário, entre eles o estrelado Kakay, ou Antônio Carlos de Almeida Castro, foram destacados para ouvi-la. E em seguida trataram de apaziguar os ânimos de todos os envolvidos, dizendo que a conversa até poderia fazer algum barulho se viesse a público, mas não contém evidências de crime. Os advogados também chegaram à conclusão de que o áudio deveria ser esquecido para preservar o próprio Cardozo, que não ficaria nada bem com os ministros mencionados caso eles ouvissem os impropérios. Gente da cozinha de Joesley é capaz de apostar que, além dessa, ele guarda a sete chaves outras gravações relacionadas aos tribunais de Brasília.

Adriano Machado/CrusoéAdriano Machado/CrusoéJoesley e os trunfos na manga sobre a cúpula do Judiciário: chantagem?

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