DiogoMainardina ilha do desespero

O porta-estandarte do terceiro bloco

19.03.21

Luiz Henrique Mandetta conversa com Luciano Huck, que conversa com Sergio Moro, que conversa com João Doria. Eu soube que o DEM está tentando incluir também Ciro Gomes nessa roda. Isso mesmo: Ciro Gomes. O terceiro bloco depende de um acordo entre eles. O que eu posso dizer é que, agora, a turma do lado de cá está com pressa. É preciso encontrar logo um nome, uma voz, um lema capaz de unir todos eles. A coisa deve andar nas próximas duas semanas.

O putsch do STF, que limpou a ficha de Lula, esculhambou os planos de um monte de gente. Os candidatos nanicos, que evaporavam nas pesquisas, entenderam que é preciso parar de se acotovelar e “costurar uma candidatura única”, como disse o editorialista do Estado de S. Paulo, alguns dias atrás. Ele disse também que, “para evitar que o país tenha que encarar mais quatro anos de pesadelo, as lideranças políticas, sociais e empresariais interessadas na democracia precisam urgentemente se organizar para construir, já, uma candidatura capaz de sensibilizar o eleitorado”. O jornal está engajado nisso. Eu também, claro. Sou o porta-estandarte do terceiro bloco. No meu caso, é ainda mais urgente, porque prometi me jogar do décimo-quinto andar se a disputa no segundo turno for entre Lula e Jair Bolsonaro.

Na segunda-feira, Claudio Dantas e eu entrevistamos Luiz Henrique Mandetta, em O Antagonista. A entrevista foi excelente, exceto por um detalhe: a linha caiu duas vezes, e a melhor parte não foi para o ar. Entre uma pane e outra, Mandetta disse que, em seus cálculos, Jair Bolsonaro pode ficar fora do segundo turno. Toc-toc-toc. Os cálculos de Mandetta costumam estar certos. Sessenta dias atrás, ele disse no Manhattan Connection que, em sessenta dias, o Brasil teria uma megaepidemia. E aqui estamos, em pleno colapso do sistema hospitalar. Sim: o vírus é mais previsível do que o brasileiro. Mas o repúdio à sociopatia de Jair Bolsonaro também tem um elemento viral. O Rt antibolsonarista está com uma curva exponencial.

Eu concordo, portanto, com Luiz Henrique Mandetta. E concordo igualmente com o editorialista do Estado de S. Paulo. Há um momento para discordar e um momento para concordar. Este é o momento de concordar.

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