Prioridade no TSE, pero no mucho

Volta e meia alguém me diz que não sabe como aguento escrever sobre política todos os dias. Respondo que nem eu. Aguento profissionalmente, mas não suporto existencialmente. Inclusive porque exerço a atividade de forma a cultivar velhos inimigos e fazer novos todos os dias. É tão insuportável que não me sai da cabeça o deboche que Millôr Fernandes fez da profissão: “Se deixarmos, acaba como na Rússia. Lá toda a imprensa é comunista”. Não raro, porém, onde se enxerga comunismo, há somente patetice, poltronice ou conveniências contábeis. O mesmo vale para ideologias antípodas. E tudo fica ainda mais insuportável.Leia mais

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O empresário Fernando Gontijo arrematou há três meses o notório tríplex do edifício Solaris no Guarujá, aquele que levou o ex-presidente Lula à prisão. Gontijo tem reclamado da burocracia: precisou de dois meses só para pegar as chaves. Até aí, já estava precificado que teria esse tipo de dor de cabeça – ele é experiente no mercado imobiliário. O que tem lhe surpreendido são as sugestões que recebe. Gontijo ouviu até o conselho de alugar o tríplex para casais em lua de mel – ele recusou. Até agora, a ideia que mais agradou o novo dono do apartamento de Lula é colocar o imóvel disponível para hospedagem por meio do site Airbnb. Que tal um fim de semana no tríplex de Lula?Leia mais

Cresce no PT a ala que defende partir para o “tudo ou nada” e levar até o final a candidatura de Lula, registrada na última quarta-feira, 15. Os entusiastas dessa ideia pregam que a legenda não substitua o petista quando o Tribunal Superior Eleitoral declarar o ex-presidente inelegível. A ideia é insistir para que o nome de Lula esteja na urna, mesmo correndo o risco de o TSE vetar a manobra ou não computar os votos. Uma das principais defensoras dessa estratégia é a senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT. Em conversas com aliados, ela incentiva que a sigla vá para o "enfrentamento” e crie caos jurídico e político em torno da candidatura de Lula.Leia mais

A 50 dias do primeiro turno, Henrique Meirelles ainda está empacado em 1% das intenções de voto, mas se diz confiante. Na primeira eleição geral sem doações de empresas, ele ostenta dinheiro a granel para bancar integralmente sua campanha, cujo teto estipulado pela Justiça Eleitoral é de 70 milhões de reais. Mas o emedebista, que declarou ter 377 milhões de reais em bens, pretende abrir o cofre também para outras campanhas. Emissários do presidenciável têm conversado com candidatos a governos no Nordeste que defenderão Lula nos palanques. O recado dá conta de que o apoio a Meirelles poderia render vultosos recursos do próprio bolso do ex-ministro de Temer, mesmo para quem publicamente apoiar Lula. A ideia é pelo menos incentivar que os candidatos fortes no Nordeste consigam fazer a máquina local, incluindo prefeitos e vereadores, tornar Meirelles mais lembrado na região.Leia mais

O desembargador Rogério Favreto, aquele que num domingo deu uma canetada para tirar Lula da prisão, fez um giro no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. Ele foi a gabinetes de ministros com o objetivo de convencê-los a derrubar o inquérito pedido pela Procuradoria-Geral da República, por prevaricação. Favreto apresentou um argumento pragmático: gostem ou não da decisão, ele era o juiz de plantão e tinha poderes para despachar o pedido feito por deputados petistas. Ele continua heterodoxo.Leia mais

Rodrigo Maia nem foi reeleito deputado federal e já está em campanha para ser reconduzido à presidência da Câmara no próximo mandato. Depois de acenar à oposição com a possibilidade de criação da indescritível CPI da Lava Jato, idealizada pelo PT para fragilizar a operação, o deputado do DEM voltou a afagar os petistas. Ele garantiu ao partido que irá criar uma comissão para rever a lei de improbidade administrativa e que o relator do colegiado será um deputado da sigla. A ideia é flexibilizar punições a desvios. Maia, que pretende se candidatar novamente à presidência da Casa em 2019, qualquer que seja o presidente eleito em outubro, quer repetir o modelo vitorioso das suas últimas eleições na Câmara: chegar lá com os votos da esquerda. O curioso é que a maior ameaça ao seu projeto é justamente o PT. Se o partido conquistar o Palácio do Planalto, é certo que sua bancada escolherá alguém para disputar a presidência da Câmara contra Maia. Já se o PT não conseguir a Presidência da República, Maia acha que tem o caminho aberto para chefiar a Câmara, inclusive com o apoio de petistas.Leia mais

O discurso do Tribunal Superior Eleitoral é um só: decidir com agilidade sobre os pedidos para tirar sites do ar durante as eleições, evitar baixarias na campanha e fake news. Mas a campanha nem começou oficialmente e já há ordens do tribunal sendo ignoradas. Um caso é exemplar: a corte pediu ao Google e ao GoDaddy, um dos maiores serviços de hospedagem no exterior, informações sobre sites de possível propaganda irregular, mas fracassou. O TSE não conseguiu intimar o Google no endereço certo. Já o GoDaddy até recebeu a ordem, enviada pelo tribunal em junho. Primeiro, era para tirar páginas do ar em 48 horas. Depois, o TSE insistiu com o pedido, dessa vez com prazo de 24 horas. A empresa não cumpriu nenhuma.Leia mais