RuyGoiaba

Notas da primeira semana de campanha

24.08.18

Lula, esse gênio da política, desta vez escolheu um poste pouco acostumado ao cheiro de povo. A Folha –jornal que não pode ser acusado de má vontade com o Prefeitão Gato– conta que Fernando Haddad teve de ser orientado a levantar a mão do governador baiano, Rui Costa, num evento em Salvador e estava “um pouco assustado” com o tumulto da pequena multidão (3.000 fiéis do lulismo) que compareceu ao ato.

Fluente na linguagem do povo, “Andrade” também deu entrevista a rádios dizendo ser “a antítese do status quo”. É o que dá escolher como candidato não assumido um uspiano acostumado a governar para o Beco do Batman.

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Como disseram os gaiatos das redes sociais, a foto oficial divulgada pela campanha de Geraldo Alckmin e Ana Amélia parece mesmo um daqueles anúncios do Boston Medical Group (“sexo é vida!”) ou de algum tratamento para viver a “melhor idade” em plenitude. Não é bom para quem precisa levantar (epa, opa) o moral do seu eleitorado nas pesquisas.

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Encontrar mulher na foto da recepção a Jair Bolsonaro em Presidente Prudente é mais difícil que achar o Wally em “Onde Está Wally?”. Os comícios do candidato, dizem, estão parecidos com shows do Rush, banda de rock progressivo que –reza a lenda– coloca à disposição nas suas apresentações dois banheiros masculinos, dada a completa inexistência de seres portadores de cromossomos XX.

Não sou cético e acredito mais em bolsonetes do que em duendes. Até conheço algumas pessoalmente. Mas não recomendaria uma manifestação pró-Bolsonaro a quem queira pegar mulher. (Se o seu negócio, porém, for armas ou homens de uniforme, vá sem medo de ser feliz.)

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Aécio Neves marcou um “encontro com o candidato” em que os eventuais interessados têm de se esforçar: é preciso pegar a BR-116, passar pelo posto Teófilo Otoni, entrar na fazenda que fica “em frente ao motel Dallas” e, depois, andar em estrada de terra por mais dois quilômetros.

Não esperava que Aécio fizesse eventos de campanha no aeroporto de Cláudio, mas é muita vontade de não ser achado. Alguém ainda é capaz de errar o caminho e entrar no motel Dallas. Talvez com uma bolsonete.

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Guilherme Boulos bem que poderia variar um pouco o bordão “50 tons de Temer”. “E o salário, ó”, “não me deixam nem molhar o bico”, “só falo quando tenho certeza”. Qualquer coisa. Já entendemos que todos os candidatos são Temer, e só ele é mais lulista que Lula.

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Senti falta de novas profecias do Cabo Daciolo à nação brasileira. Chega de números de pesquisa: tragam de volta o Beato Salu.

Rui Costa e “Andrade”, fofos, fazem selfie com celular da Minnie (Divulgação)

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A GOIABICE DA SEMANA

Desta vez, a goiabice é um oferecimento de nossos fantásticos leitores (obrigado, leitores!). Em especial um que reclamou de Crusoé ter dado capa para Jair Bolsonaro na semana passada, colocando o candidato do PSL ao lado do número 16 da revista –aparentemente, porque estaríamos induzindo a erro os eleitores, já que seu número na urna é o 17.

Bem, assim como o sábado costuma vir depois da sexta e antes do domingo, o 16 sucede o 15 e precede o 17 –não há muito que possamos fazer contra essa tirania dos números cardinais. E já nos acusaram de muita coisa nesta vida, mas “simpatizantes do PSTU” é algo absolutamente inédito.

Fora que “contra burguês, vote Bolsonaro” nem rima.

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