A dúvida de Aras

13.08.21

A Procuradoria-Geral da República não diz se irá recorrer da decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal que, na última terça-feira, 10, anulou por 3 votos a 1 a investigação da Lava Jato sobre a Fecomércio do Rio, que descobriu um milionário esquema de pagamentos a filhos de ministros do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas da União. A turma confirmou uma decisão de Gilmar Mendes que, liminarmente, já havia considerado nulos todos os atos do juiz federal Marcelo Bretas e ordenado o envio do processo para a justiça estadual. A Crusoé, o gabinete de Augusto Aras informou que que até o momento não foi oficialmente comunicado da decisão da turma e que “não adianta posicionamentos”. Aras é amigo íntimo do presidente do STJ, Humberto Martins, um dos maiores interessados no caso. O filho do ministro, o jovem advogado Eduardo Martins, recebeu pelo menos 40 milhões de reais da Fecomércio. Segundo a investigação, os pagamentos foram feitos para obter decisões favoráveis a integrantes da entidade em processos em curso nas cortes brasilienses. Entre os alvos estavam ainda Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, advogados de Lula, que também foram destinatários de pagamentos milionários cujo objetivo, de acordo com os investigadores, era o mesmo. Desde sua deflagração, em setembro do ano passado, a operação vinha causando enorme preocupação entre ministros e advogados de bancas com trânsito livre em gabinetes do STJ, do TCU e do STF. Foi uma das iniciativas da Lava Jato que mais conseguiram avançar sobre suspeitas de corrupção no Judiciário.

Pedro Ladeira/FolhapressPedro Ladeira/FolhapressAras: se quiser, a PGR pode apresentar embargos de declaração contra a decisão da turma

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