PF de Bolsonaro faz devassa em ‘inquéritos sensíveis’

08.10.21

A direção da Polícia Federal está passando em revista todos os procedimentos abertos pelo serviço de inquéritos especiais, responsável por tocar investigações sobre autoridades com foro privilegiado. O setor está no centro da queda de braço entre a atual cúpula da PF e delegados que, afastados, acusam o atual diretor-geral, Paulo Maiurino, de agir em linha com as vontades do governo de Jair Bolsonaro e de uma ala do Supremo – notadamente aquela ligada a Dias Toffoli, de quem ele é amigo.

A “revisão” dos procedimentos, tratada internamente como uma correição, é uma maneira de a equipe de Maiurino mostrar que, antes, a área vinha funcionando sem qualquer tipo de controle. Como exemplo, a atual direção cita casos como o de um inquérito que estava havia mais de cinco anos sem conclusão e um pedido do Supremo para abertura de investigação que ficou parado por seis meses.

A cúpula da PF rebate as acusações de interferência com o argumento de que tudo não passa de “chororô” dos delegados que perderam cargos de chefia. Os delegados, por sua vez, sustentam que a atual direção age em linha com os poderosos, que, por medo de serem alcançados pelas investigações, querem asfixiar os avanços conquistados com a Operação Lava Jato. Nos bastidores, a guerra está declarada.

Assembleia Legislativa de São PauloAssembleia Legislativa de São PauloMaiurino: ordem para fazer “correição” nos inquéritos especiais

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