DiogoMainardina ilha do desespero

Moro vai vencer

08.10.21

Sergio Moro vai vencer em 2022. É o futuro presidente do Brasil. Minha certeza é alavancada pelo fato de que procuro nas pesquisas apenas os números positivos para o meu candidato, ignorando todos os outros. Incapaz de prever o comportamento do eleitorado, que faz o que bem entende, atenho-me às minhas próprias idiossincrasias. Na minha urna mental, que é auditável e à prova de fraudes, o único voto vai para Sergio Moro.

Ninguém sabe se ele vai se candidatar. Nem ele sabe. Como disse uma representante do MBL, depois de encontrá-lo, ele é fechado como uma ostra. Minha pergunta é outra: Sergio Moro pode se recusar a se candidatar? Eu mesmo respondo: de jeito nenhum. Ele está encurralado. Duas semanas atrás, por exemplo, ele denunciou na Crusoé o golpe contra a Lei de Improbidade. Agora, o golpe foi aprovado pelo Congresso Nacional. É preciso que alguém fale sobre o assunto na campanha eleitoral, e esse alguém só pode ser Sergio Moro. Ele está indeciso sobre sua candidatura, mas a candidatura já se decidiu por ele.

É claro que ele vai ser derrotado se sua campanha se basear unicamente em temas enfadonhos como a Lei de Improbidade. O lavajatismo morreu com a soltura de Lula. Uma pesquisa publicada na quarta-feira mostrou que os eleitores preocupam-se com a economia quatro vezes mais do que com a legalidade. O desafio de Sergio Moro é demonstrar que uma coisa está associada à outra, e que o departamento de propinas da Odebrecht representa o avesso do capitalismo moderno. Só a legalidade pode salvar a economia, acabando com o clientelismo, com os privilégios e com o achaque estatal.

Mas há outro fator que pode empurrar Sergio Moro para o Palácio do Planalto, e que as pesquisas ainda escondem: a integridade pessoal. Na disputa contra um condenado por suborno e um indiciado por assassinato em massa, ele se destaca por ser limpo, uma qualidade imprescindível num mundo higienizado pós-Covid.

Caso se renda à sua inelutável candidatura, Sergio Moro já parte com 10% dos votos, embora more em Washington, nunca tenha feito campanha eleitoral e esteja escutando calado há mais de um ano as calúnias disparadas por lulistas, bolsonaristas e Gilmar Mendes. No fim do ano, depois de rodar o Brasil para apresentar seu livro sobre a Lava Jato e o período no governo do sociopata, as pesquisas devem ser ainda mais animadoras. Agora, porém, a prioridade é outra: ele tem de montar um programa e uma equipe. O país foi devastado, e precisa de um plano, muito mais do que de um presidente.

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