DiogoMainardina ilha do desespero

Eu voto em Moro

19.11.21

Eu voto em Sergio Moro.

Os leitores da Crusoé podem me chutar. Nos últimos meses, já anunciei meu voto em Luiz Henrique Mandetta, João Amoêdo e Eduardo Leite. A coisa é meio patética. O que passar pela minha frente, eu pego. Sou um pasdaran da Terceira Via. Como eu disse algum tempo atrás, tendo de escolher entre Lula e Jair Bolsonaro, prefiro me atirar do campanário de São Marcos.

Apesar de votar em qualquer um da Terceira Via, o meu favorito sempre foi Sergio Moro. Antes de tudo, por uma questão de afinidade pessoal. Só estive com ele uma vez, num jantar em homenagem a Lucas Mendes. Mas a simpatia foi imediata. Eu gosto dele e, mais importante do que isso, confio nele. Tanto que o convidei para escrever na Crusoé.

O outro fator que me transformou numa macaca de auditório de Sergio Moro — sem contar a Lava Jato, claro — é fruto de um cálculo puramente eleitoral. Nunca tive a menor dúvida de que, de todos os postulantes da Terceira Via, o único que tinha chances reais de derrotar os dois delinquentes que raptaram o Brasil era aquele que se opunha diretamente a eles.

Eu tinha razão. A candidatura de Sergio Moro já avacalhou Jair Bolsonaro, expondo seu escambo vergonhoso com o mensaleiro Valdemar Costa Neto, de cujo partido ele será enxotado antes de ser preso, em 2023. Mas será duro também para Lula, que durante os debates na TV vai se sentir novamente no banco dos réus, na qualidade de codinome número um do departamento de propinas da Odebrecht (e da OAS).

Nesta semana, o líder de um grande partido disse o seguinte a Diego Amorim, de O Antagonista:

“O Moro tem resistência na classe política e rejeição elevada. Mas quem está lendo as pesquisas qualitativas percebe que a rejeição dele é reversível. O Moro virou massa de pancada muito grande, de bolsonaristas, de petistas, da grande mídia. O que há é um movimento crescente de simpatia ao nome dele.

O líder partidário fez uma lista daquilo que Sergio Moro precisa superar para se eleger:

“Vaidade, não falar bem, trato com as pessoas… Tudo contornável.”

Ele explicou também qual é o maior medo dos políticos:

“O uso do governo para montar um estado policialesco. Mas ele não fez isso quando ministro.”

Conhecendo Sergio Moro, sei que ele vai resolver essas questões. Eu voto nele e aposto que um bocado de gente também vai votar. O campanário de São Marcos pode esperar.

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