A missão mais difícil da PF

07.01.22

De todas as tarefas difíceis nas mãos da Polícia Federal hoje, a mais espinhosa é, de longe, a que acaba de ser entregue ao delegado Martin Bottaro Purper, encarregado de dar continuidade à apuração do atentado contra Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Internamente, policiais experientes até fazem chiste da situação. Dizem que, qualquer que seja o resultado de seu trabalho, Bottaro estará em apuros. Se referendar a conclusão reinante até o momento, a de que a facada desferida por Adélio Bispo contra o então candidato não foi encomendada, ele sofrerá a ira do próprio Bolsonaro. Se, por outro lado, apontar indícios de participação de terceiros no atentado, será acusado de trabalhar para agradar ao presidente. O delegado é tido como um profissional técnico e dedicado. Justamente por terem a dimensão do problema que ele tem em mãos, em solidariedade, colegas de Bottaro já se organizam para blindá-lo no fogo cruzado que certamente virá. Se, publicamente, Bolsonaro vira e mexe repisa o discurso — sem qualquer lastro factual — de que Adélio não agiu sozinho, nos bastidores a pressão é ainda maior: sem meias palavras, ele cobra da cúpula da PF uma solução que de alguma forma dê sustentação a suas teorias.

Reprodução/redes sociaisReprodução/redes sociaisAdélio Bispo: o caso da facada parece não ter fim

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