Adriano Machado/Crusoé"Não fosse Bolsonaro, com o auxílio emergencial e o Auxílio Brasil, o caos se instalaria"

‘Jair Bolsonaro não é o monstro que desenham’

Flávio Bolsonaro, o filho 01 do presidente, antecipa o discurso da campanha do pai em temas como a aliança com o Centrão, o combate à corrupção e o desastre na economia
11.02.22

Filho 01 do presidente da República, Flávio Bolsonaro também será o 01 da campanha de Jair Bolsonaro à reeleição. Como ainda terá mais quatro anos de mandato de senador pela frente, Flávio não disputará nenhum cargo na eleição e poderá se dedicar integralmente à tentativa de reconduzir o pai ao Planalto. Na condição de principal coordenador da campanha, o senador dá pistas, nesta entrevista a Crusoé, de como Bolsonaro pretende tratar dos temas que lhe são mais espinhosos, como a crise econômica, o atraso na vacinação, os ataques à democracia e o combate à corrupção. O discurso já está devidamente equalizado, por exemplo, para tentar justificar a aliança com o Centrão dos controversos Valdemar Costa Neto, chefão do PL, e Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil de Bolsonaro e um dos comandantes do Progressistas, o antigo PP.

Em paralelo, o clã presidencial já está ajustando também as explicações para as investigações que envolvem o próprio Flávio e o notório Fabrício Queiroz, acusado de ser o operador do esquema rachid montado em seu antigo gabinete na Alerj. “Obviamente durante a campanha isso vai gerar algum desconforto”, reconhece o primogênito do presidente. Indagado sobre as pretensões de Queiroz de concorrer a deputado federal em outubro, o senador deixa evidente o cuidado para não se indispor com seu velho subordinado, com quem se reuniu pessoalmente em Brasília no final do ano passado. “Quem sou eu para falar ao Queiroz que não seja candidato? Ele tem a vida própria dele, o CPF dele, a vontade dele. Se ele quer ser candidato, é um direito dele. Ele hoje tem condições, é ficha limpa” , diz. “Ele tem chance, né? Acabou virando um cara famoso, indiscutivelmente.” Eis a entrevista:

O sr. assinou a chamada “PEC Kamikaze”, que prevê a redução de impostos sobre combustíveis e a concessão de auxílio a caminhoneiros, mesmo com o ministro Paulo Guedes classificando a proposta como uma “bomba fiscal”. O que explica?
O Congresso Nacional tem vontade própria de avançar nesse tema. Está todo mundo preocupado com o aumento dos combustíveis. Tem algumas variantes que fogem ao nosso controle. O preço do barril no mundo, por exemplo. Eu assinei para que haja uma discussão sobre o tema. Óbvio que tem coisas na PEC que têm que ser avaliadas mais profundamente, e vou seguir exatamente aquilo que o presidente Bolsonaro e o Paulo Guedes me orientarem. É importante que haja a discussão. O governo está se apressando em tomar medidas que sejam menos traumáticas para o mercado. É necessária a participação do estado para reduzir o preço do combustível no que estiver ao seu alcance e aprovar pautas sociais para as pessoas mais impactadas. A assinatura da PEC é mais para discussão, e o texto final certamente será muito modificado.

Paulo Guedes virou um estorvo para o governo?
Não. O Brasil deve muito ao Paulo Guedes e a sua equipe. Não fossem eles, a gente não estaria neste momento, de praticamente saída da pandemia, com 2,7 milhões de empregos gerados em 2021, com inflação de 10%, muito abaixo da de vários outros países. A Argentina tem 45% de inflação. Os Estados Unidos, maior economia do mundo, têm 7% de inflação. O gás subiu 300% na Europa. A gasolina subiu 50% nos Estados Unidos. Aqui, subiu 35%. Está caro? Está. Mas, olhando o cenário mundial, o Brasil está muito bem. E isso se deve a Paulo Guedes e sua equipe. Se dependesse de alguns governadores e prefeitos, o comércio e as escolas estariam fechados até hoje.

Como explicar os problemas na economia para o eleitor?
Quem tem a força da palavra para que o Brasil entenda é o presidente Bolsonaro. Todos entendem que é um problema grave. Nesse momento é para isso que o estado existe. É para dar uma amenizada no sofrimento da população. A pandemia é algo inédito no mundo. Com a redução do preço do biodiesel, você consegue reduzir o preço do frete ou impedir o aumento do preço das passagens dos ônibus. O governo tem feito o possível e o impossível para reduzir esses impactos. Os 100 bilhões de reais que a gente esperava economizar com a reforma da Previdência em dez anos, a gente gastou em um ano. Já foi tudo agora, para não deixar ninguém passar fome. Não fosse o presidente Bolsonaro, com o auxílio emergencial e o Auxílio Brasil, o caos se instalaria.

Valdemar Costa Neto e Ciro Nogueira eram aliados do ex-presidente Lula até recentemente e apareceram em casos de corrupção, como o mensalão e o petrolão. Agora, são aliados de Bolsonaro. O governo perdeu o discurso do combate à corrupção?
Não, de forma alguma. O governo dá exemplos diários de combate à corrupção. A quantidade de bens que foram readquiridos, a quantidade de operações da Polícia Federal… Os números são infinitamente maiores, inclusive do que na época do (Sergio) Moro. Com relação a essa questão do PL e do PP, de terem caminhado com Lula, o Lula enganou muita gente. O Lula de hoje não é o Lula de 2002. Hoje é um Lula rancoroso, um Lula já condenado em primeira e segunda instâncias, no STJ, no STF, com delatores devolvendo centenas de milhões de reais a diversas estatais, como Petrobras, Eletrobras, Furnas e várias outras. Esse discurso mentiroso do Lula de que foi condenado sem provas não existe. Óbvio que na campanha isso vai voltar à tona para rememorar os cidadãos que, do nosso ponto de vista, (Valdemar e Ciro) não cometerão o erro de trazer um bandido de volta à cena do crime.

Adriano Machado/CrusoéAdriano Machado/Crusoé“Esse discurso mentiroso do Lula de que foi condenado sem provas não existe”
A PF prendeu o menor número de corruptos em treze anos.
É o contrário. Promovemos busca e apreensão de bens de corruptos em quantidade muito maior. Restituímos os cofres públicos com muito mais recursos decorrentes de roubos. Se hoje a PF tem menos trabalho em relação a combater os corruptos, é porque no governo não tem corrupto. Se tivesse, certamente teriam muito mais trabalho. Se não há corrupção no entorno do presidente Bolsonaro, obviamente a consequência é uma quantidade menor de pessoas indiciadas por corrupção.

Várias das figuras que saquearam a Petrobras, como o sr. mesmo disse, são do PP e do PL. Repito a pergunta: o governo não perdeu o discurso do combate à corrupção?
Não perdeu. Porque o presidente não tem compromisso com parlamentar que tem condenação de corrupção. O compromisso é não coadunar com isso. A prova é que no governo, nos primeiros escalões e abaixo, não tem escândalo de corrupção.

Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, é investigado no STF por venda de apoio político ao PT na eleição da Dilma em 2014.
Era outra conjuntura. Repito: Lula enganou muita gente. No estado do Piauí, o PT tinha peso político muito maior do que tem hoje. Tanto Ciro quanto Valdemar já estão vacinados quanto a esse discurso mentiroso do Lula. E hoje compõem o governo e ajudam demais nessa articulação com o Congresso. São lideranças que provam a todos que não têm mais vinculação com essas pautas do passado. Acredito que Ciro não vendeu apoio a Dilma.

Adriano Machado/CrusoéAdriano Machado/Crusoé“A gente sabe que na história do Brasil há precedentes de vices que, em algum momento, se assanharam em trabalhar pela derrubada do presidente”
O orçamento secreto do governo, comandado pelo Centrão, é frequentemente comparado ao mensalão petista. Há diferença?
A diferença é total. No mensalão tinha pagamento em mala de dinheiro para parlamentar, fruto de corrupção. E o orçamento secreto, que não é secreto, vai para iniciativas alinhadas com ministros. Nunca vi um orçamento secreto ser publicado em Diário Oficial. Não é propina.

Neste ano, qual será a estratégia do bolsonarismo? Tentar fidelizar o eleitorado ideológico ou tentar expandir para o centro?
Graças a Deus, nosso eleitorado é muito esclarecido. Nosso eleitorado entende que é importante que o presidente da República tome medidas que não tenham alinhamento 100% ideológico, mas é algo que o presidente precisa fazer. Por exemplo, no Auxílio Brasil, que em tese é uma ideia antiliberal, é dever do estado dar ajuda para que as pessoas que não têm condições de andar com as próprias pernas não morram de fome. Bolsonaro não tem preocupação de desagradar ao público ideológico. Ele sabe que esse público jamais vai votar em um ex-presidiário para ser presidente do Brasil. É um público bastante consolidado.

Qual é o melhor perfil para vice na chapa do presidente? Braga Netto? Teresa Cristina?
A escolha do vice é personalíssima do presidente. Além da questão de como o eleitor enxerga a chapa, o vice vai ficar mais para o final, porque também tem o componente da coligação, os partidos que vão caminhar conosco. É natural que queiram sugerir alguns nomes. Também tem a questão da confiança. A gente sabe que na história do Brasil há precedentes de vices que, em algum momento, se assanharam em trabalhar pela derrubada do presidente.

Hamilton Mourão é um deles?
Não. Pelo contrário. Foi muito leal.

Mourão terá apoio de Bolsonaro na eleição deste ano?
Ele anunciou que vai ser candidato ao Senado no Rio Grande do Sul. No Rio, temos o Romário candidato ao Senado. E houve esse compromisso de Romário ser o nosso candidato lá. Agora, Mourão vai se sentar e conversar com Onyx (Lorenzoni) e (Luis Carlos) Heinze, para ver se é possível chegar a um consenso. Vamos tentar sempre buscar uma composição.

Adriano Machado/CrusoéAdriano Machado/Crusoé“Ele (Bolsonaro) tem que ir aos debates. É fundamental que vá”
Quando a esquerda governou, a corrupção ficou como a principal mácula. Agora, em um governo de direita, a questão econômica é um fator que pesa, assim como as crises sucessivas geradas pelo presidente. Qual é o futuro da direita no Brasil?
Quem se acha decepcionado com a pauta econômica tem que comparar como era nos governos passados e entender o mundo real. Muita coisa precisa do Congresso para passar. Outras coisas alguém judicializa e o STF toma a decisão pelo Poder Executivo.

Olavo de Carvalho, Ernesto Araújo e Abraham Weintraub criticaram bastante o governo.
Eles têm direito de ter a opinião deles. Em algum momento eles erraram e saíram do governo. Alguns estão buscando espaço político, o que é legítimo. Mas tenho a convicção de que, entre Lula e Bolsonaro, todos vão pedir voto para Bolsonaro. Olho com um pouco de tristeza porque são pessoas que já viram a dinâmica de Brasília e sabem que nem sempre dá para fazer o que o presidente tem vontade. Tem que ceder, negociar. Essa é a arte da política. Isso aqui não é uma ditadura. Se eles escolheram um caminho político, e para isso têm que tacar pedra no presidente Bolsonaro, acho que já começam errado.

Weintraub disse que o presidente soube com antecedência da Operação Furna da Onça, em que o nome do sr. aparecia. O que diz sobre isso?
Acho que ele quis puxar o saco do presidente para dizer que Bolsonaro é intolerante com a corrupção, como realmente é, mas me atingiu para usar de exemplo. Essa reunião nunca existiu. O próprio general (Carlos Alberto dos) Santos Cruz, que Weintraub disse que estava na reunião, já desmentiu publicamente. Quem conhece Bolsonaro sabe que ele jamais exporia um filho dele, recém-eleito senador.

O presidente irá aos debates desta vez?
Ele tem que ir aos debates. É fundamental que vá. Estou ansioso pelos debates, para esfregar na cara do Lula todo o mal que ele fez ao Brasil. Ele roubou demais. Vai ser uma oportunidade maravilhosa de mostrar aos brasileiros quem de fato é o ex-presidiário.

Adriano Machado/CrusoéAdriano Machado/Crusoé“Ele (Queiroz) tem a vida própria dele, o CPF dele, a vontade dele. Se ele quer ser candidato, é um direito dele”
O antipetismo prevaleceu em 2018 e, hoje, o antibolsonarismo também é muito forte. Até que ponto atrapalha?
Acho que não são “anti”. São pessoas que julgam o presidente equivocadamente por possíveis omissões dele, em especial no tocante à vacinação. Com o passar do tempo, com grande parte da mídia atacando Bolsonaro por não concordar com sua postura ideológica, muita gente acredita nessas distorções. Você conhece alguém na face da Terra que apanha como Bolsonaro e ainda assim mantém 30% das intenções de voto nas pesquisas oficiais? Ninguém resistiria. É sinal de que ele está consolidado. Temos o período de hoje até a eleição para mostrar que foi Bolsonaro quem garantiu que todos os brasileiros que quisessem fossem vacinados.

Houve demora.
Se a primeira pessoa vacinada no mundo foi vacinada em 8 de dezembro de 2020 e a primeira pessoa vacinada no Brasil foi em 17 de janeiro de 2021, alguns dias depois, exatamente no mesmo dia em que a Anvisa autorizou o uso emergencial, que atraso houve? O eleitor vai entender que Bolsonaro foi atacado por parte da mídia.

Bolsonaro dizia que, se fracassasse, o PT voltaria. Várias pesquisas mostram o PT na frente. É um sinal de que Bolsonaro fracassou?
Não. Esse é um retrato do momento atual, embora eu não acredite nesses números, por má-fé ou metodologia equivocada. É o mesmo roteiro da eleição passada: todos os institutos indicavam que ele perderia para qualquer adversário no segundo turno. Bolsonaro é o presidente da República. Hoje o que há é uma pequena rejeição a Bolsonaro por causa da distorção de parte da imprensa do que ele fala e faz. Bolsonaro tem tido agora uma postura muito mais responsável na hora de falar alguma coisa, porque ele entendeu que a distorção do que ele fala se volta contra ele. Se ele fala que tem a intenção A e parte da imprensa diz que ele tem a intenção B, isso gera uma crise institucional, como se o governo quisesse fazer um ataque à democracia.

Mas o presidente chamou com todas as letras o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de “canalha“. Não houve distorção da imprensa.
Foi muito no calor da emoção. No impulso da manifestação do Sete de Setembro, com milhões de pessoas pedindo que ele falasse isso. Mas rapidamente ele corrigiu com aquela carta que, do meu ponto de vista, foi acertada para aquele momento. Foi um impulso, uma manifestação da indignação dele ante o que Alexandre vinha fazendo, que não é usual por parte de um ministro do Supremo.

Por exemplo?
Não lembro exatamente, mas foi uma série de coisas pequenas. Mas ele (Bolsonaro) conseguiu contornar em um curto espaço de tempo, tanto que nesta semana recebeu Moraes e Fachin. Entendi o encontro como um gesto bastante importante, de que todos querem a mesma coisa: uma eleição limpa e transparente. Foi importante para distensionar. Por mais que seja tradição, se ele (Alexandre) não quisesse, não precisava ter ido. O Fachin iria sozinho. Quem se senta com o presidente Bolsonaro tem uma reversão de expectativa. Ele não é o monstro que desenham. Ele respeita a democracia e a liberdade de imprensa.

Ele vai continuar pondo em xeque a urna eletrônica?
Se há desconfiança de parte considerável da população em relação à urna eletrônica, é dever e obrigação do TSE e do presidente buscar algo que dê a tranquilidade e garantia à população de que o voto vai de fato para a pessoa que ela escolheu na urna.

Adriano Machado/CrusoéAdriano Machado/Crusoé“O ministro Noronha foi a primeira autoridade que convidou o presidente Bolsonaro para um almoço”
Qual é, afinal, o principal adversário de Bolsonaro nesta eleição?
Nós mesmos. Fico vendo flerte de parte de pessoas do mercado com Lula ou Moro. Não entendo de Bolsa de Valores, mas me pergunto: se tenho dinheiro, vou botar ação numa empresa da Venezuela? Claro que não, pelo risco de calote, de prejuízo. E Lula sumiu com o dinheiro da Petrobras para botar em países lá fora, teve Pasadena, teve refinaria na Bolívia. Já o Moro não é nocivo. A única coisa que concordo com Moro é que Lula é ladrão. Mas, se o pessoal do mercado critica Bolsonaro porque ele causa algum tensionamento na relação com o Supremo, imagina como vai ser com o Moro. Dizem que Bolsonaro não tem interlocução com o Congresso. Imagina como vai ser com o Moro. A Bolsa de Valores vai para zero.

Pesquisas mostram que Moro tira uma fatia do eleitorado de Bolsonaro.
Algumas pessoas acreditam que, pelo fato de ter sido um bom juiz, será um bom político. Ele já provou que não é. Foi desleal e incompetente. Na nossa percepção, os votos que ele terá no primeiro turno serão uma poupança para nós no segundo turno. Quem hoje escolhe Moro por conta dessa rejeição criada em torno de Bolsonaro, e que vamos reverter, votará em nós no segundo turno. Acho difícil alguém que pensa em votar no Moro cogite votar no ex-presidiário.

Como o sr. enxerga a candidatura de Fabrício Queiroz, seu ex-assessor e pivô do caso do rachid, a deputado?
É um direito dele. Hoje tenho a visão clara de que ele também foi usado para tentar atingir o presidente Bolsonaro. Em três anos de investigação, na qual viraram a minha vida do avesso, nunca encontraram nada contra mim porque não tinha. O Queiroz foi usado para tentar atingir esse objetivo por alguns poucos inescrupulosos do Ministério Público do Rio de Janeiro, que usaram artifícios ilegais e inconstitucionais para produzir pseudoprovas contra nós, e a Justiça reconheceu isso. Hoje nem sequer sou denunciado.

Queiroz terá seu apoio?
Não tenho condições de falar que vou apoiar. Quem sou eu para falar ao Queiroz que não seja candidato? Ele tem a vida própria dele, o CPF dele, a vontade dele. Se ele quer ser candidato, é um direito dele. Ele hoje tem condições, é ficha limpa. Mas obviamente durante a campanha isso vai gerar algum desconforto, porque a oposição vai querer explorar isso, ele estará em evidência, mesmo sabendo que não há nada contra ele.

O sr. esteve com ele recentemente. Sobre o que conversaram?
Eu disse a ele: “Não tenho nenhum direito de impedir a sua candidatura ou de te incentivar. Estou com a cabeça em outro lugar. Estou preocupado com as coligações, em organizar os palanques do presidente nos estados”. Ele falou que ia seguir a vida dele, e eu disse: “Boa sorte, corre atrás“. Ele tem chance, né? Acabou virando um cara famoso, indiscutivelmente. Ele me disse que tem grande chance de ser eleito porque tem muito relacionamento no Rio de Janeiro. Tem história de grandes serviços prestados na segurança pública na Polícia Militar. Acho que tem chance de se eleger.

Mas o sr. pedirá voto para ele ou não?
Meu papel nessa campanha será diferente. Estarei mais próximo do presidente, rodando o Brasil inteiro. Óbvio que não vou me descuidar do Rio de Janeiro, mas não terei tempo para ir ao palanque de muitos candidatos. Queiroz nem é candidato ainda. Ele nem tem partido ainda.

Houve rachid, ou rachadinha, no seu gabinete?
Da minha parte, posso falar que nunca houve. E olha que foram três anos de investigação, quebraram sigilo da minha mulher, do meu entorno. Uma loucura.

E da parte do Queiroz?
Aí quem tem que falar é ele. Não posso falar por ele. Da minha parte, nunca houve, tanto que dentro dos autos nunca apontaram transferência de um real para a minha conta. Todas as pessoas que falaram dentro do processo, e várias falaram, responderam que nunca entregaram dinheiro para mim. Da minha parte está bem tranquilo.

Foi no STJ que a situação começou a melhorar para o sr. e para Queiroz. Antes, Bolsonaro disse ter havido “amor à primeira vista” com o ministro João Otávio Noronha, decisivo na anulação das investigações. Houve algum pedido a Noronha nessa votação?
O ministro Noronha, assim que a gente chegou a Brasília após a eleição, foi a primeira autoridade que convidou o presidente Bolsonaro para um almoço, quando presidia o STJ. É uma pessoa de quem a gente gosta muito, mas com a qual não tivemos nenhuma conversa para nos beneficiar em decisões, até porque ele é um juiz responsável e não está ali para passar a mão na cabeça de ninguém. Ele está ali para cumprir a Constituição. Fico feliz que ele tenha cumprido com maestria seu papel de magistrado.

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