DiogoMainardina ilha do desespero
O cérebro estupidificado dos brasileiros tem um mérito
11.05.18A estupidez do Brasil faz com que Robinson Crusoé encontre Deus.
O episódio é relatado em seu diário.
Alguns meses depois de seu naufrágio, Robinson Crusoé adoece.
Sem saber o que fazer, ele se lembra que, para os brasileiros, só existia um remédio: o tabaco.
Ele revira um baú resgatado do navio afundado e encontra, além do tabaco, uma Bíblia.
Imitando os brasileiros, ele masca as folhas de tabaco e fica com o “cérebro estupidificado”. Em seguida, ele abre a Bíblia ao acaso e, pela primeira vez na vida, escuta sua mensagem:
“Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás”.
A partir daquele momento, Robinson Crusoé invoca Deus o tempo todo. Ele lê a Bíblia três vezes por dia, em busca de conforto espiritual e de respostas acerca de seu destino.
O que ele aprende?
Nada.
A Bíblia só passa a fazer sentido vinte e seis anos mais tarde, quando ele encontra Sexta-Feira. Porque ela se torna uma ferramenta indispensável para domesticar e civilizar o selvagem.
Robinson Crusoé – um homem pouco afeito a voos especulativos – resgata o aspecto prático da literatura.
Todo mundo precisa de um livro. Apenas um.
Robinson Crusoé tinha a Bíblia. Eu tenho Robinson Crusoé.
O mérito por essa descoberta é do cérebro estupidificado dos brasileiros.
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