DiogoMainardina ilha do desespero

É preciso negociar com Bolsonaro

21.09.18

O eleitorado antipetista de Geraldo Alckmin, João Amoêdo, Alvaro Dias e Henrique Meirelles vai acabar votando nele no segundo turno. Se sua turma ficar calada por algumas semanas, ele pode até derrotar o poste de Lula. Nesse caso, ele não vai ter maioria no Congresso Nacional nem quadros para governar o Brasil. Por isso é preciso negociar um acordo com ele: desde já. Para evitar que ele tenha de barganhar cargos e verbas apenas com Valdemar Costa Neto e Ciro Nogueira.

Jair Bolsonaro se tornou maior do que Jair Bolsonaro. Ele sabe disso. Os generais que o assessoram também sabem. Com 28% dos votos, ele representa mais do que sua velha franja extremista. No segundo turno, ele terá de agregar ainda mais gente. O que o eleitorado antipetista espera é que os candidatos derrotados no primeiro turno negociem abertamente um pacto com ele e melhorem a perspectiva do governo, oferecendo-lhe bons projetos e pessoas capazes de realizá-los.

João Amoêdo tem de conversar com Jair Bolsonaro sobre economia e reforma política. Alvaro Dias é a garantia de continuidade da Lava Jato. Henrique Meirelles tem seus técnicos no Ministério da Fazenda e no Banco Central. Quanto a Geraldo Alckmin, é mais complicado. O PSDB, como em 1989, vai rachar. A ala de FHC vai aderir ao PT. Mas João Doria e Antonio Anastasia, que podem se tornar os principais representantes eleitos do partido, devem defender sua candidatura em nome do antipetismo.

Faltam duas semanas para o primeiro turno. Se a turma do lado de cá for incapaz de domesticar Jair Bolsonaro, o futuro será sombrio. Ou ele governa sozinho – e não vai durar nem seis meses – ou o criminoso condenado pela Lava Jato retoma o poder – e o Brasil explode.

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