DiogoMainardina ilha do desespero

Quinze anos de bolsonarismo

11.01.19

Jair Bolsonaro erra sem parar. Mas ele tenta corrigir seus erros. Ou pede para o general Augusto Heleno corrigir. Esse é o melhor aspecto do governo até agora: o presidente da República, tido como despótico pela imprensa internacional – o New York Times, em editorial, esperneou contra seus “ataques autocráticos” -, reconhece suas tolices e recua quando deve recuar.

Alguns dias atrás, o juiz Marcelo Bretas disse que é preciso “respeitar a vontade da maioria” e que “críticas prematuras são claramente oportunistas”. Ele está enganado. As críticas prematuras salvaram o governo em temas como reforma previdenciária, base militar americana, IOF, Embraer, Secom e Apex. Apesar de reclamar diariamente da imprensa, Jair Bolsonaro se baseia nos jornais para tomar suas decisões. Ele é uma das últimas pessoas do mundo que ainda levam o jornalismo a sério – e acaba se servindo do nosso trabalho para respeitar a “vontade da maioria”.

O bolsonarismo deve durar um tempão. Assim como o PT podia contar com o PSDB para se manter no poder, Jair Bolsonaro pode contar com o PT. A ida de Gleisi Hoffmann à Venezuela, como macaca de auditório de Nicolás Maduro, consolida o partido do presidiário como o maior aliado do governo. Os brasileiros sabem o que teria ocorrido caso Fernando Haddad houvesse sido eleito. Ele estaria em Caracas. Lula estaria solto, favorecido pela liminar golpista de Marco Aurélio Mello. Sergio Moro estaria refugiado em Notre Dame – não a catedral, e sim a universidade americana. E Renan Calheiros estaria se preparando para comandar o Senado (epa!).

Os bolsonaristas, portanto, não precisam abarrotar nosso site com mensagens histéricas: ninguém põe em risco o governo. Por mais incompetente e troglodita que ele seja, deve se arrastar por uns quinze anos.

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