DiogoMainardina ilha do desespero

Olavo tem razão

08.03.19

A queda de Jair Bolsonaro é um assunto recorrente no Congresso Nacional, no mercado financeiro e na imprensa. Olavo de Carvalho, mentor do presidente, vaticinou que, se continuar assim, “esse governo não dura seis meses”. Por isso mesmo, ele passou a disparar mensagens alucinadas contra o general Hamilton Mourão, acusando-o de tramar um golpe para assumir o poder.

O tuiteiro tuitou:

“Não quero nem pensar no que ele fará se amanhã ou depois de subir à Presidência.”

É uma insensatez especular que, dois meses depois da posse, o mandato de Jair Bolsonaro realmente possa estar em perigo. O comportamento amalucado do próprio presidente, porém, alimenta essa hipótese. Eleito com o apoio de antipetistas, liberais e lavajatistas, ele resolveu descartar metade de seu eleitorado e se entrincheirar no Palácio do Planalto, cercado apenas por seus seguidores mais ardorosos. Preparando-se para o assédio de inimigos imaginários, ele queimou as pontes com o resto da sociedade e, agora, depende do sucesso numa única batalha: a reforma previdenciária.

Só que essa é uma batalha que Jair Bolsonaro jamais poderá vencer. Em primeiro lugar, ele foi treinado para combater homossexuais que praticam atos obscenos durante o Carnaval, e não alíquotas do INSS. Em segundo lugar, ele tem de arregimentar 308 mercenários dispostos a imolar-se por ele, mas até agora só arregimentou uns 50. Se o Congresso Nacional quiser derrubá-lo, basta barrar a reforma previdenciária. Ou então aprová-la depois de dizimar suas tropas. O resultado é igual: em seis meses, como disse Olavo de Carvalho, o governo pode estar apodrecido.

O general Hamilton Mourão não precisa fazer nada para herdar o poder. Jair Bolsonaro já está fazendo tudo por ele.

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