MarioSabino

O que é uma nação

27.09.19

Dilma Rousseff esteve na Sorbonne, onde teria feito uma palestra. Foi recebida pelo vice-presidente da universidade francesa, Alain Tallon, que a chamou de “a mais ilustre cidadã” do Brasil. Eu pensava que fosse a cantora Anitta.

A Sorbonne foi um dos palcos principais das agitações de maio de 1968, mas antes disso era uma instituição venerável de Paris que só abria as suas portas para gente de respeito. Uma das conferências mais célebres realizadas na Sorbonne teve como protagonista Ernest Renan, em 11 de março de 1882. Escritor, filósofo e historiador, ele tentava, como bom positivista, encontrar alguma racionalidade científica nos eventos humanos. Nessa trilha, ousou, por exemplo, tirar o aspecto sobrenatural da religião, sem destruir a religião. Não deu muito certo, como se pode verificar ao redor.

Ernest Renan foi referência importante para Joaquim Nabuco, o notável abolicionista brasileiro que procurou nos civilizar um pouco. Em Minha Formação, Joaquim Nabuco lhe dedica um capítulo inteiro, em que narra o encontro com o francês, no modesto apartamento dele na rue Vaneau (hoje dificilmente você encontrará um modesto apartamento na rue Vaneau):

Dentro de minutos me aparecia Renan. Na minha vida tenho conversado com muito homem de espírito e muito homem ilustre; ainda não se repetiu, entretanto, para mim, a impressão dessa primeira conversa de Renan. Foi uma impressão de encantamento; imagine-se um espetáculo incomparável de que eu fosse espectador único, eis aí a impressão. Eu me sentia na pequena biblioteca, diante dos deslumbramentos daquele espírito sem rival, prodigalizando-se diante de mim, literalmente como Luís II da Baviera na escuridão do camarote real, no teatro vazio, vendo representar os Nibelungen em uma cena iluminada para ele só.”

O ídolo Ernest Renan ajudou Joaquim Nabuco a fazer contatos no meio intelectual parisiense e até lhe mandou uma cartinha sobre o livro de poesia que o brasileiro havia enviado ao modesto apartamento na rue Vaneau. Nabuco viria a descobrir, ao ler Lembranças de Infância e Juventude, do próprio Ernest Renan, que se tratava de uma espécie de cartinha modelo que o francês expedia aos autores que lhe mandavam livros de poesia. Sempre com elogios, é claro.

Em Minha Formação, Joaquim Nabuco traduz “a traidora página” de Lembranças de Infância e Juventude:

Desde 1851 acredito não ter praticado uma só mentira, exceto, naturalmente, as mentiras oficiosas e de polidez, que todos os casuístas permitem, e também os pequenos subterfúgios literários exigidos, em vista de uma verdade superior, pelas necessidades de uma frase bem equilibrada ou para evitar um mal maior, como o de apunhalar um autor. Um poeta, por exemplo, nos apresenta os seus versos. É preciso dizer que são admiráveis, porque sem isso seria dizer que eles não têm valor e fazer uma injúria mortal a um homem que teve a intenção de nos fazer uma civilidade.

O positivismo era bem mais educado do que o marxismo, mas foi varrido do mapa acadêmico. Resultado: 1968 ainda é comemorado, mas Ernest Renan foi esquecido quase que completamente (a maior parte das ideias ganha cabelos brancos e morre. Algumas em paz; outras em agonia). Digo “quase” porque a conferência que ele proferiu na Sorbonne em 11 de março de 1882 sobreviveu. Há quem a leia. Intitula-se “O que é uma nação?”.

A questão era relevante numa Europa que ainda desenhava o seu mapa, com a recente criação de Itália e Alemanha e o início do esfacelamento do Império Otomano. A conferência de Ernest Renan é tão fascinante que dá vontade de traduzi-la toda. Para responder à pergunta do título, ele parte da Antiguidade, para afirmar que as nações são algo de muito recente na história. Que as antigas repúblicas, reinos, confederações e impérios não constituíam nações no sentido moderno. Atenas e Esparta eram “pequenos centros de admirável patriotismo; mas eram “cidades com um território relativamente restrito. A Gália, a Espanha, a Itália, antes da absorção no Império Romano, eram um conjunto de tribos, frequentemente ligadas entre si, mas sem instituições centrais, sem dinastias. O Império assírio, o Império persa, o Império de Alexandre também não foram pátrias”. Ernest Renan acreditava que o Império Romano esteve bem mais perto de ser uma pátria, como uma “grande associação, sinônimo de ordem, de paz e de civilização”, mas a sua vastidão impedia a formação de “um Estado na acepção moderna”.

As nações, segundo Ernest Renan, começaram a formar-se com as invasões germânicas de territórios do Império Romano do Ocidente e o consequente cadinho étnico-cultural que delas resultaram. Ele, então, passa a examinar quais seriam os elementos determinantes do moderno conceito de nação. Não seria a etnia, como provava a própria França “céltica, ibérica e germânica”, nem uma língua comum, como demonstravam Estados Unidos e Inglaterra, a América espanhola e a Espanha, para não falar da Suíça, uma nação com quatro idiomas. Não seria também a religião, que inclusive se tornara escolha individual,  embora na Antiguidade ela fosse parte indissociável do que se entendia como nacionalidade: “Na sua origem, a religião estava na própria existência do grupo social. O grupo social era uma extensão da família. A religião, os ritos, eram de família. A religião de Atenas era o culto da própria Atenas, dos seus fundadores mitológicos, das suas leis, dos seu costumes”.

Interesses materiais coincidentes, por sua vez, não seriam suficientes para formar uma nação, porque “há na nacionalidade um lado de sentimento”. Eles fazem apenas bons acordos comerciais. Quanto à geografia, às fronteiras naturais, elas são “parte considerável na divisão de nações”, mas “a terra é o substrato, o campo da luta e do trabalho; o homem fornece a alma. O homem é tudo na formação desta coisa sagrada que chamamos um povo. Nada de material é suficiente. Uma nação é um princípio espiritual, resultante de complicações profundas da história, uma família espiritual, não um grupo determinado pela configuração do solo”.

Ernest Renan conclui a sua conferência na Sorbonne, onde hoje Dilma Rousseff tartamudeia em francês, afirmando que a alma de uma nação é composta por duas coisas. “Uma está no passado, outra no presente”, diz ele. “Um passado heroico, de grandes homens, de glória (entendo a verdadeira), eis o capital social sobre o qual se assenta uma ideia nacional. Ter glórias em comum no passado, uma vontade comum no presente; ter feito grandes coisas juntos, querer fazer ainda, eis as condições essenciais para ser um povo”, não importam a conformação das fronteiras, a diversidade de etnias e de língua.

E ele completa:

“Uma nação é, assim, uma grande solidariedade, constituída pelo sentimento de sacrifícios que fizemos e daqueles que estamos ainda dispostos a fazer. Ela supõe um passado; ela existe, contudo, no presente por um fato tangível: o consentimento, o desejo claramente expresso de continuar a vida em comum. A existência de uma nação é um plebiscito diário, assim como a do indivíduo é uma afirmação perpétua da vida.”

É com misto de desapontamento geracional e tristeza pessoal que me dou conta de que o Brasil está longe de fazer esse plebiscito diário. Mas sigamos tentando. Quem sabe um dia consigamos deixar de ser um país em que a burrice tem um passado glorioso e um futuro promissor, como disse Roberto Campos, para nos tornarmos uma nação de verdade. Devemos isso aos nossos filhos, e os nossos filhos aos nossos netos, e assim por diante nos dias e noites do tempo.

PS: não desanime, ainda teremos juízes na nossa Berlim.

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  1. O sentimentos de nação a gente só percebe quando passa algum tempo no estrangeiro . Você olha aquelas coisas todas, lindas, maravilhosas mas percebe que aquilo não te pertence. Não foram seus pais nem seus avós nem os contemporâneos deles que fizeram. E olha em volta e pensa: puxa vida ! É tudo tão bom, tão bonito mas "as aves que aqui gorgeiam não gorgeiam como lá ".

  2. Mário, desculpe-me pela indimidade. Seus textos alimentam minha alma, são sempre reveladores, sempre trazem sabedoria, pelo menos para mim.

  3. Apenas um registro de sinceros parabéns pela qualidade do texto do Mário ! Muito bem escrito e muito pertinente. Para deixar também um comentário: foi suave demais o "tartamudear", rsrs.

  4. O livro "A Nação Mercantilista" aborda muito bem de como a estrutura do Brasil está enraizada na cultura do "compadrio".

  5. Concordo com seu texto Mário, infelizmente no final ouve um deslize, o Roberto Campos pelo menos salvou o neto! Ou seja nunca seremos uma nação de verdade, pois até aqueles que deviam dar exemplos, aceitam está junto na porcilga.

    1. Um barco de bosta, navegando em um mar de mijo, impulsionado por um vento de peido.

  6. Acho que a corrupção endêmica e sistêmica no país, apoiada por uma justiça igualmente corrupta e prevaricadora, esfacele muito nosso conceito de nação. Afinal , não é todo ano que se tem uma Copa do Mundo.

  7. O Brasil tem tudo para mudar definitivamente. Uma destas aberrações são as polpudas aposentadorias dos EX... qualquer coisa e a Dilma ainda ser convidada para palestrar em outro planeta. É brincadeira !!!

  8. Ver alguém com a qualidade intelectual da Dilma ser convidada para palestrar onde quer que seja,demonstra a degradação cultural ,a engrenagem mundial que que se amplia a patamares de baixíssimo nível

  9. SOMOS SIM, UMA NAÇÃO. NÃO É VERDADE QUE NÃO PRODUZIMOS GENTE DE QUALIDADE, INTELIGÊNCIA, CAPACIDADE, EMPREENDORA E PATRIOTA. INFELIZMENTE, ESTAS NA MAIORIA, NÃO ESTÃO AINDA NO PODER. JÁ TIVEMOS VÁRIOS TIPOS DE GOVERNO E , NA DEMOCRACIA, AINDA VAMOS ATINGIR UM TIPO DE NAÇÃO DE QUE FALOU ERNEST RENAN. SÓ QUE É PRECISO TEMPO. EU, AOS QUASE 80, SEI QUE NÃO DESFRUTAREI. MAS AINDA TENHO ESPERANÇA PARA MEUS DESCENDENTES, PRINCIPALMENTE MEU PRÓXIMO NETO QUE VAI NASCER EM OUTUBRO DE 2019. QUEM SABE?

  10. O contraste é chocante. Uma instituição como a Sorbonne, deve ter convidado Dilma não pelo que ela é ou pensa, mas por puro compadecimento. A narrativa socialista brasileira e da sua extirpação do poder, talvez tenha-a tornado um espécime a ser estudado na Sorbonne. E só. Talvez, o discurso de Dilma seja comparável a um “stand-up” de vitimização. Se não for, será um texto de humor recheado de falsidades. Só espero que esta viagem não seja com o nosso pouco dinheiro público.

    1. Sinto muito informá-lo Waldemar, é sim, com o nosso dinheiro!!!

  11. não somos e nunca fomos uma nação.... e sim um aglomerado de gente... com algumas lideranças que deram uma forma de nação / estado

  12. A Dilma foi fazer a palestra para informar que descobriu como estocar o vento. A única coisa que essa mulher sabe é estocar merda na cabeça.

  13. (Fora da conversa)Mario, não consigo acessar O Antagonista. Só pelo facebook. Não sou a única, vejam o que está acontecendo!

  14. A figura oculta "aborígene" esta com medo do cão, foi se capitalizar com cachorro. PS: Não desanimem, ainda temos juízes na Brazuela

  15. No hino do estado do RS diz, "Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra" e mais "povo que não tem virtude acaba por ser escravo" , escrito nos tempos da Guerra dos Farrapos. Ficando nos livros e na poesia vai demorar mais um tanto pra Nação Brasileira ter vergonha na cara e votar direito.

  16. POIS EU NUNCA DESISTIREI DE COLABORAR COM A EVOLUÇÃO DO NOSSO AMADO BRASIL. A FRANÇA NÃO SERVE MAIS COMO EXEMPLO PARA NENHUM OUTRO PAÍS. ESTAMOS APENAS INICIANDO ESSE CAMINHO. NÃO PODEMOS DESANIMAR. DILMANTA NÃO VIVERÁ PARA SEMPRE,SEUS COMPARSAS TB NÃO. MUDANÇAS LEVAM TEMPO A NOSSA JÁ COMEÇOU. GRAÇAS A DEUS!!! E AOS HOMENS DE BOA VONTADE

  17. Obrigado Mário por nos trazer essa aula de civilidade e nacionalidade (no bom sentido) dada pelo nobre Ernest Renan. E pensar que temos além de dilmas, gilmares, lulas, gleisis, tofolis, maias, alcolumbres, renans, sarneys e segue a lista de horrores.

    1. ÓTIMO ARTIGO!!! TRISTE É SABER QUE A SORBONNE PARECE ESTAR EM PROCESSO DE ESCLEROSE MENTAL, DECAINDO DE SEU PRESTÍGIO!!! NÃO ACREDITO QUE UM INTELECTUAL, EM SÃ CONSCIÊNCIA, CONVIDARIA A "MULHER SAPIENS" PARA UMA PALESTRA (IMAGINE-SE AS BOBAGENS DITAS) E, MENOS AINDA, DIRIA SE TRATAR DA MAIS NOBRE CIDADÃ BRASILEIRA!!!??? HOSPÍCIO JÁ!!!

    2. E como doeu. Que deu essa definição está mais para uma ameba 🦠 que para qualquer ser vertebrado.

  18. Bom... Li o texto e o conceito de Nação do Sr. Ernest Renan. Descobri que como Nação, estamos bem mais perto daquilo que convencionou-se chamar de CABARÉ.

    1. Márcio, a Dilma não serve nem pra gestora de bosteiro.

    2. Taí, bem que Dilma cabe bem no papel de gestora de cabaré.

  19. Os franceses guilhotinaram o rei. 200 anos depois os próprios se questionam sobre estes acontecimentos. Sorbonne, Emmanuel Macron, Dilma Vana Rosseff. Notre Dame em chamas... Será que França se recupera um dia?

  20. A nação seria, em síntese , seu povo, não importando a origem, irmanado num bem comum? Então, sinto dizer, estamos longe mesmo se ser uma nação.

    1. Precisa ser rico e poderoso em todos os sentidos para ser uma nação? Fazer sempre este discurso de complexo de subdesenvolvido em relação à civilidade alheia e considera-se excluído e viralata... Se lermos a história dos 3 últimos séculos e fizermos um balanço... repensaria sobre estes critérios subliminares de avaliação.

  21. Tenho pensado ultimamente que una das formas, talvez a mais eficiente, de se ganhar adeptos é emburrecê-Los. É usar a programação imbecil das TVs. Estimular e chamar de música a criação de funis, raps ou sei lá como se chamam essas batidas monocórdicas ilustradas por letras idiotas. É saber que quando se pergunta de Bethooven, Verdi, Shakespeare, Villa Lobos, Ruy Barbosa o máximo que se vai ouvir é que no Flamengo não jogaram... Um povo assim não tem como não achar que Lula é Deus.

  22. Concordo Mario, por isso é que o Rio Grande do Sul tem que declarar independência, nós gaúchos temos todos os requisitos para ser uma nação!

    1. Quebrado porque toda riqueza que geramos alimenta esses estados parasitas; os gaúchos que saíram do RS foram empreender mundo a fora e de lambuja montaram CTGs até na China para mostrar nossas raizes culturais!

    2. Brizola, Jango, Tarso, Getúlio... É o segundo estado mais quebrado do país. Bela merda de região.

    3. Pensar assim não tem espírito de nação. Mas compreendo, os gaúchos se bastam a sí próprios. Dentro deste raciocínio temos a prova de que a tese do texto do Mário faz sentido.

    4. Verdade? Então por que tem gaúcho em todo canto do Brasil e do mundo? Esses são párias dessa nação? Curioso....

    1. Mercia, em poucas palavras dissestes tudo o que penso sobre o Mario Sabino!

  23. Esperamos que o vice-presidente da Sorbonne Alain Tallon não conheça Dilma Rousseff, já seria uma vergonha, mas, seria vergonha imensamente menor que conhecer Dilma Rousseff e dizer "a mais ilustre cidadã" do Brasil. Talvez o único contato que seu Tallon tenha com o Brasil seja Chico Buarque.

  24. Como não desanimar em meio a tanta gente convicta de que a Terra é plana, que acredita em políticos e ministros de tribunais superiores?

  25. Lendo todos os comentários, vejo só elogios, todos concordando. Elogiar e concordar é muito pouco, isso não faz uma Nação Precisamos ter ações para ser ter uma nação.

  26. Parabéns pela curta, mas magnífica aula de história. Tenha certeza, vou procurar a obra citada de Ernest Renan. Esse sim, um Renan que robusteceu Ernest!

  27. Mário, quanto lucidez! Como você escreve bem! Começo a ler Crusoé sempre por seus textos. Uma sugestão: junte seus textos e lance um livro por ano. Seria fantástico!

  28. Já desanimei , não temos Juízes no Nosso Brasil e depois de Ernest Renan , temos Renan Calheiros e Dilma Rousseff é Involução da Humanidade .

  29. Dentro do contesto atual, só nos sobra buscarmos formar uma nação futura, já que em nosso passado nada encontramos que possa ser considerado uma base. À custa de dedicações e sacrifícios que possam servir de exemplo a filhos e netos. E pouco fizemos até aqui nesse sentido. Num momento histórico que oferece todas as chances para firmarmo-nos como exemplos que possam servir de referência para as futuras gerações! Fica aqui o desafio de manifestarmo-nos contra as claras ameaças ao nosso futuro!

  30. Eu estou a cada dia mais desanimada. Como nos tornaremos uma nação com a educação que temos? Com os pais que não educam seus filhos e criam adultos selvagens?

  31. Quando um ex-aluno meu foi para a Sorbonne mandei um e-mail, não tinha face ainda, dando os parabéns. Hoje, ele deve ter uns 40/45 anos. É um vai-e-vem para clínicas de desintoxicação. E quando está "limpo" vai a reuniões de um diretório de um partido aqui na cidade. Claro que esse não é exemplo. Mas fiquei chocado, principalmente depois de ler sua tese sobre as figuras ilustres da guerrilha sul-americana.

    1. Cachaça boa, o espírito da cana, artigo de qualidade....

  32. Inspirador. Mas em algum momento, acredito próximo, ou a nação brasileira nascerá ou será dissolvida em ácido. Nunca vi o tecido social tão esgarçado.

  33. “Você pode enganar algumas pessoas o tempo todo ou todas as pessoas durante algum tempo, mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo todo.” ( Abraham Lincoln) Vai chegar a hora de se descobrir quem é Dilma Roussef de fato!

  34. Vejo a Ana Paula como uma fiel discípula do Mario Sabino. Suas crônicas são verdadeiras aulas de história e sociologia, recheadas de ótima literatura. A cada semana me surpreende ainda mais. Como é bom esse sentimento!

  35. Como poderá um país que não é sério, se tornar uma nação? Jamais seremos uma nação, pois, toda nação prescinde de um povo, onde um bando, que somos, jamais será um povo. Somos um arremedo de povo. Somos uma quimera de nação, e, uma figura de país. A acefalia e o analfabetismo funcional é o mote cultural, mesmo nos meios acadêmicos, onde a meritocracia ofende, agride, desconstrói. Enquanto a burrice e a ignorância for símbolo de prestígio, nessa senda de futilidades, nem mesmo cidadãos seremos.

    1. Anselmo, "toda nação prescinde" ? Como assim? Não, não prescinde! Não seria "toda nação precisa"?

  36. Infelizmente, dentro das definições acima, o Brasil está longe de ser uma nação. Para isso, teremos que passar por guerras civis e dividi-lo...

  37. Adriana, adorei seu texto enxuto: Sim, temos Juízes em Berlim! O STF não os representa... nem nossa democracia , nem o estado de direito tão decantado!

  38. Texto primoroso. Parabéns Mário Sabino, um dos jornalistas mais cultos do Brasil. Só pela sua coluna já valeria a pena a assinatura. Obrigado por resgatar este conceito de Nação, de Ersnt Renan.

  39. Mário Sabino, sua crônica é brilhante. Eu ia dizer que a intelectualidade está em vertiginosa decadência diante do declarado no primeiro parágrafo do texto, mas ao continuar a leitura não posso dizer isso. Temos ainda esperança. É só estancar a burrice da esquerda que confunde ilustre com vagabundo, honesto com ladrão, crime com benção, sorvete com churrasco e Dilma com ilustre cidadã do Brasil... se ela é isso, podemos nos considerar ofendidos até a quinta geração, mas ainda há Sabinos.

    1. Brilhante texto! Excelente comentário, diante do qual me acanho em publicar outro, pois tudo foi sintetizado.

  40. É de uma tristeza profunda o sentimento que tenho ao olhar nos olhos de meus netos e poder constatar, estarrecido, o fato de que estou deixando-os perdidos em um país afogado em um mar de corrupção, em uma nação de instituições caóticas e manipuladas pelo poder dos criminosos de colarinho branco, um Estado sem princípios e valores éticos e morais. Isso mesmo, tudo muito pior do que recebi de meus pais. Pelo menos lá, tinha esperança!

  41. Sabino, perdoe-me mas não tenho essa esperança, ainda que amarga, de ver o Brasil tornar-se uma nação. Por motivos óbvios. Tenho 71 anos de idade e creio que nem meus bisnetos verão isso acontecer. Pardonez-moi s'il vous plait.

    1. Somos tentados a nos transportar à época,pois a França de hj, vem se igualando ao nosso Brasil. Não se vê lá como cá há muito, pessoas cultas e formadoras de opiniões e sim indivíduos com ganância em poder. A cultura foi castrada e hj quem a cultua e lhe rende estudo não carece de valor humano. Somos obrigados a engolir uma pessoa sem cultura e que é dita como nossa representante. Triste exemplo aos nossos pequenos brasileiros.

  42. Não consigo sequer imaginar, por mais que me esforce, sobre o que estaria a Dilma a dizer nesta conferência na Sorbone. Meu consolo é saber que não é apenas aqui que as universidades estão decadentes. Qto a crônica do Sabino, está incrível!

  43. O Brasil, por questões históricas e culturais, luta para achar um espírito de Pátria que dê coesão e visão para o povo. Aí vem a esquerda para destruir tudo que poderia ser base desse espírito, família, história, cultura, patriotismo, tudo enfim. Sobra apenas um ajuntamento de gente sobrevivendo em um certo território (que eles querem dar para os índios e a ONU), perdidos e prontos para serem entregues aos globalistas e banqueiros internacionais. Parabéns esquerda! A elite agradece.

    1. Marcos, sabemos que o segredo está na educação de qualidade. Simples de dizer, laborioso para fazer.

  44. Os poucos patriotas e estadistas brasileiros são rapidamente esquecidos.Um deles,sem sombra de dúvida é marechal LOTT.Legalista e militar foi dele o golpe de1955 para evitar um golpe e deu posse a um civil eleito,JK.Mais tarde levado a ser candidato pelo antigo PSD foi traído pelo mesmo PSD ensejando a eleição da dupla JÂNIO E JANGO.Dai em diante o que aconteceu todo mundo já sabe...

  45. Em termos de plebiscito diário acho que estamos bem. Grande parte dos brasileiros venderiam a alma por riqueza e poder, justamente o que têm, defendem e distribuem as excelências corruptas do alto...

    1. É o melhor parágrafo. Sem um pouco de humor e sarcasmo, vamos morrer de indignação e frustração.

  46. O problema é que, antes de pensarmos no que podemos dizer para nossos filhos, precisamos fazer algo para IMPEDIR que a esquerdopatia continue falando em tom cada vez mais alto, cada vez mais onipresente, cada vez mais destruidor - não apenas na TV e nas universidades, mas nas escolas primárias, nas ruas, nas músicas, etc. É uma luta inglória: infelizmente, acho que o pensamento esquerdista é o último flagelo a que seremos submetidos antes do nosso fim.

    1. o braziu tem um renan para chamar de seu "renan calheiros" buááá

  47. Essas dádivas semanais deixam uma herança pontuada pela generosidade e humanidade do autor cosmopolita e mundano. Brilhante, informativo e formativo. Quanto ao PS, em alguns momentos, a esperança é tudo que nos resta.

  48. Segundo Renan então, só há nação no Brasil para elites, já que tudo foi feito por ela, o povo sempre assistiu bestificado. Outra coisa que precisa ser dito: a religiosidade do Brasil não é o cristianismo puro, católico ou evangélico. Outro dia fui à casa de uma médica de uma elite provinciana, fez um belo batizado católico, mas no dia anterior estava consultando seu mestre espírita umbandista. Feliciano nessa edição me decepciona: sem São Jorge, Iemanjá e Chico Xavier o povo tá mal representado.

  49. Excelente contraponto do glorioso passado de Sorbone e de sua decadência atual, personificada pela declaração de seu vice presidente, sobre a mais ilustre cidadã brasileira.

  50. Será q a Dilma foi solicitar ajuda das mentes "brilhantes" da Sorbone para estocar "seus" ventos? Pelo convite para proferir uma palestra, mostra muito bem q a entidade não conhece o curriculum da guerrilheira.

  51. " a burrice tem um passado glorioso e um futuro promissor " Acredito que só com educação (de VERDADE) podemos mudar um país. E passarmos a ter : inteligência , como passado glorioso e futuro promissor.

  52. Estou perdido nesta imensidão de comentários que temperam textos geniais, esclarecedores e, porque não dizer, educativos! Mário, sirvo-me de vossa sabedoria mas não consigo sair da ignorância!

  53. Lindo....assim como o sermão da montanha. Mas no real hoje… O Brasil é um bordel gigante . Nele as prostitutas mais poderosas ocupam os principais cargos no Executivo , Legislativo e Judiciário . Podem conferir , nos 3 poderes não escapa ninguém . Só fechando para balanço essa zona de bordel chamada puteiro Brasil. Só tem mudado para pior essa bosta de lugar.

    1. Temos que considerar sempre que estamos no plano material. Deus , nosso criador nos dará sabedoria para firmarmo-nos cada vez mais como uma Naçao Soberana. Já nos ajudou muito neste nosso novo caminho...e ...hoje temos mais consciência ao se analisar um texto magnífico como este.

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