A testemunha

11.10.19

Fontes da área de inteligência do governo dizem ser do iraniano Farhad Marvizi a carta recebida pelo Palácio do Planalto com supostas informações relevantes sobre o atentado a Jair Bolsonaro. Marvizi é vizinho de cela de Adélio Bispo no presídio de segurança máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e diz ter ouvido dele informações sobre outras pessoas que estariam ligadas à tentativa de assassinato do então candidato a presidente na cidade mineira de Juiz de Fora, durante a campanha. A Abin, o serviço secreto do governo, foi mobilizada para levantar informações sobre o caso. O próprio Jair Bolsonaro ordenou à Polícia Federal que passe a considerar a carta nas investigações que ainda estão em curso em Minas Gerais. Só que há um problema: Farhad Marvizi, um velho conhecido dos órgãos federais de segurança, é visto como uma fonte de baixa credibilidade. O iraniano, que já foi investigado por suspeita de ligação com grupos terroristas internacionais e está preso por encomendar a morte de um auditor da Receita Federal, tem o hábito de enviar cartas para personalidades da política e do mundo artístico. Já escreveu, por exemplo, a Donald Trump e Silvio Santos. Sempre conta histórias pouco críveis. Em 2014, quando estava preso na penitenciária de Mossoró, no Rio Grande do Norte, conversas dele com agentes penitenciários levaram a PF a reforçar a segurança do ex-marido da então presidente Dilma Rousseff, o advogado Carlos Araújo. Marvizi havia dito aos agentes que tinha descoberto, no cárcere, um plano do Primeiro Comando da Capital, o PCC, para sequestrar Araújo. Mais tarde, agentes federais concluíram que a informação era improcedente. Na dúvida, o novo relato do iraniano, agora sobre supostas revelações de Adélio acerca do atentado a Bolsonaro, deverá ser esmiuçado pelas autoridades. Por ordem do Planalto.

DivulgaçãoDivulgaçãoO iraniano Marvizi: costume de escrever cartas para personalidades

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