MarioSabino

O javanês de Toffoli

22.11.19

Uma das experiências mais dolorosas na vida de um jornalista da área política é tentar traduzir em tempo real as sessões do Supremo Tribunal Federal — especialmente as da atual composição da corte. A maioria se expressa numa língua longinquamente aparentada com o português, costume bárbaro que já foi objeto de um artigo meu publicado na Crusoé, no final do ano passado, sob o título de Como Dizer que o STF é uma Vergonha. Comparei:

“Sem abandonar o jargão que lhes é ferramenta, os juízes da Suprema Corte Americana não corrompem a língua com o juridiquês e literatices encobridoras. Obrigam-se a que as suas sentenças sejam cristalinas e, portanto, inteligíveis a qualquer cidadão americano com instrução média. E, em 2014, passaram a exigir que as petições dos advogados também fossem em “plain terms” – objetivas, diretas, sem trololós. Quando é clara, a linguagem traduz posições límpidas. Como forma é conteúdo, eu diria que também produz comportamentos transparentes.”

Na abertura do julgamento sobre como deve se dar o compartilhamento de dados do antigo Coaf e da Receita Federal com o Ministério Público, o presidente do STF, Dias Toffoli, ilustrou à perfeição como a opacidade da linguagem está ligada ao déficit de transparência no conteúdo. O seu voto foi tão confuso, tão contraditório em relação a tudo o que ele vinha dizendo contra o Coaf, Receita Federal e Ministério Público — e também fazendo, como exigir o acesso ilegal a dados financeiros de 600 mil pessoas, entre físicas e jurídicas — que, após o julgamento, a sua assessoria precisou emitir uma nota em letras garrafais para tentar traduzir qual havia sido a conclusão do ministro.

A coisa foi de tal modo curiosa que até parece que entre o início da sessão, pela manhã, e o fim dela, já caída a noite, ocorreram acontecimentos nas coxias do tribunal que fizeram o ministro dar cambalhotas hermenêuticas espantosas até mesmo para os costumeiros espetáculos em Brasília. Não estou insinuando nada, apenas manifestando a minha perplexidade que começou ontem, estendeu-se por hoje e dificilmente se extinguirá, como pude constatar na segunda sessão do julgamento, com Toffoli se embananando outra vez, na base do nem isso nem aquilo, muito pelo contrário. Logo depois do término da primeira sessão, publiquei no Twitter (e peço perdão por mais uma autorreferência):

“Resumo do voto de hoje: Toffoli foi, não foi, mas acabou ‘fondo’, sem ir a lugar nenhum. É o presidente de STF mais constrangedor que jamais existiu.”

À saída do tribunal, perguntado por jornalistas se poderia explicar o voto do presidente do Supremo, o ministro Edson Fachin disse:

 “Tem uma pergunta mais fácil?”

Se eu estivesse presente, pediria a Fachin para discorrer sobre a aplicabilidade da teoria quântica no direito.

Quem melhor resumiu o voto de Toffoli, contudo, foi Luís Roberto Barroso, um dos poucos ministros do tribunal a usar sempre de uma linguagem compreensível nos seus votos, assim como fazem os juízes americanos:

“Tem que chamar um professor de javanês.”

Vou chamar o professor de javanês sugerido pelo ministro Barroso, homem culto de quem gostaria de conhecer a biblioteca. O mestre em questão é personagem do conto O Homem que Sabia Javanês, de Lima Barreto, publicado em 1911. Brasileiro pleonasticamente virador, o sujeito leu no jornal o anúncio de um barão que procurava alguém que lhe ensinasse javanês. E resolveu se apresentar para cumprir a tarefa sem saber uma palavra do “patoá malaio”. Ou melhor, com algumas palavras aprendidas de véspera. O nome do personagem é Castelo. Ele narra a sua aventura exitosa como professor de javanês ao amigo Castro, numa conversa de confeitaria (o bar de antigamente), entre copos de cerveja, na melhor tradição nacional. Eis um pedaço do conto:

– Tens levado uma vida bem engraçada, Castelo!

– Só assim se pode viver… Isto de uma ocupação única: sair de casa a certas horas, voltar a outras, aborrece, não achas? Não sei como me tenho agüentado lá, no consulado !

– Cansa-se; mas não é disso que me admiro. O que me admira é que tenhas corrido tantas aventuras aqui, neste Brasil imbecil e burocrático.

– Qual! Aqui mesmo, meu caro Castro, se podem arranjar belas páginas de vida. Imagina tu que eu já fui professor de javanês!

– Quando? Aqui, depois que voltaste do consulado?

– Não; antes. E, por sinal, fui nomeado cônsul por isso.

– Conta lá como foi. Bebes mais cerveja?

– Bebo.

Mandamos buscar mais outra garrafa, enchemos os copos, e continuei:

– Eu tinha chegado havia pouco ao Rio estava literalmente na miséria. Vivia fugido de casa de pensão em casa de pensão, sem saber onde e como ganhar dinheiro, quando li no Jornal do Comércio o anúncio seguinte:

“Precisa-se de um professor de língua javanesa. Cartas, etc.” Ora, disse cá comigo, está ali uma colocação que não terá muitos concorrentes; se eu capiscasse quatro palavras, ia apresentar-me. Saí do café e andei pelas ruas, sempre a imaginar-me professor de javanês, ganhando dinheiro, andando de bonde e sem encontros desagradáveis com os ‘cadáveres”‘. Insensivelmente dirigi-me à Biblioteca Nacional. Não sabia bem que livro iria pedir; mas entrei, entreguei o chapéu ao porteiro, recebi a senha e subi. Na escada, acudiu-me pedir a Grande Encyclopédie, letra J, a fim de consultar o artigo relativo a Java e a língua javanesa. Dito e feito. Fiquei sabendo, ao fim de alguns minutos, que Java era uma grande ilha do arquipélago de Sonda, colônia holandesa, e o javanês, língua aglutinante do grupo maleopolinésico, possuía uma literatura digna de nota e escrita em caracteres derivados do velho alfabeto hindu. (…)

A Encyclopédie dava-me indicação de trabalhos sobre a tal língua malaia e não tive dúvidas em consultar um deles. (…)

À noite, quando pude entrar em casa sem ser visto, para evitar indiscretas perguntas do encarregado, ainda continuei no quarto a engolir o meu “a-b-c” malaio, e, com tanto afinco levei o propósito que, de manhã, o sabia perfeitamente.

Convenci-me que aquela era a língua mais fácil do mundo e saí; (…) voltei a procurar o anúncio. Lá estava ele. Resolvi animosamente propor-me ao professorado do idioma oceânico. Redigi a resposta, passei pelo Jornal e lá deixei a carta. Em seguida, voltei à biblioteca e continuei os meus estudos de javanês. Não fiz grandes progressos nesse dia, não sei se por julgar o alfabeto javanês o único saber necessário a um professor de língua malaia ou se por ter me empenhado mais na bibliografia e história literária do idioma que ia ensinar.

Ao cabo de dois dias, recebia eu uma carta para ir falar ao doutor Manuel Feliciano Soares Albernaz, Barão de Jacuecanga, à Rua Conde de Bonfim, não me recordo bem que número. É preciso não te esqueceres que entrementes continuei estudando o meu malaio, isto é, o tal javanês. Além do alfabeto, fiquei sabendo o nome de alguns autores, também perguntar e responder “como está o senhor?” – e duas ou três regras de gramática, lastrado todo esse saber com vinte palavras do léxico.

– Não sou, objetei, lá muito diferente de um javanês. Estes meus cabelos corridos, duros e grossos e a minha pele basané podem dar-me muito bem o aspecto de um mestiço de malaio…Tu sabes bem que, entre nós, há de tudo: índios, malaios, taitianos, malgaxes, guanches, até godos. É uma comparsaria de raças e tipos de fazer inveja ao mundo inteiro.

– Bem, fez o meu amigo, continua.

– O velho, emendei eu, ouviu-me atentamente, considerou demoradamente o meu físico, pareceu que me julgava de fato filho de malaio e perguntou-me com doçura:

– Então está disposto a ensinar-me javanês?

– A resposta saiu-me sem querer: Pois não. (…)

– O que eu quero, meu caro Senhor Castelo, é cumprir um juramento de família. Não sei se o senhor sabe que eu sou neto do Conselheiro Albernaz, aquele que acompanhou Pedro I, quando abdicou. Voltando de Londres, trouxe para aqui um livro em língua esquisita, a que tinha grande estimação. Fora um hindu ou siamês que lho dera, em Londres, em agradecimento a não sei que serviço prestado por meu avô. Ao morrer meu avô, chamou meu pai e lhe disse: “Filho, tenho este livro aqui, escrito em javanês. Disse-me quem mo deu que ele evita desgraças e traz felicidades para quem o tem. Eu não sei nada ao certo. Em todo o caso, guarda-o; mas, se queres que o fado que me deitou o sábio oriental se cumpra, faze com que teu filho o entenda, para que sempre a nossa raça seja feliz.” Meu pai, continuou o velho barão, não acreditou muito na história; contudo, guardou o livro. Às portas da morte, ele mo deu e disse-me o que prometera ao pai. (…) Tenho que o ler, que o compreender, se não quero que os meus últimos dias anunciem o desastre da minha posteridade; e, para entendê-lo, é claro que preciso entender o javanês. (…)

Veio o livro. Era um velho calhamaço, um in-quarto antigo, encadernado em couro, impresso em grandes letras, em um papel amarelado e grosso. Faltava a folha do rosto e por isso não se podia ler a data da impressão. Tinha ainda umas páginas de prefácio, escritas em inglês, onde li que se tratava das histórias do príncipe Kulanga, escritor javanês de muito mérito.

Logo informei disso o velho barão que, não percebendo que eu tinha chegado aí pelo inglês, ficou tendo em alta consideração o meu saber malaio.

O personagem Castelo não só se tornou professor de javanês do barão, como a sua fama espalhou-se pelo Rio de Janeiro e até o convidaram a participar de um congresso linguístico em Paris — onde igualmente enrolou a plateia. Na volta, tornou-se glória nacional, foi recebido no porto com uma ovação, viu-se convidado a almoçar com o presidente da República e tornou-se cônsul em Havana, onde permaneceu por seis anos e para onde voltaria, a fim de aperfeiçoar os seus conhecimentos praticamente nulos das línguas da Malásia, Melanésia e Polinésia. Se não estivesse contente com a carreira que lhe rendera tantas honrarias, Castelo teria sido “bacteriologista eminente”, como disse ao amigo Castro, na confeitaria.

Fosse hoje, poderia também ter escolhido ser ministro do Supremo Tribunal Federal. A sua tarefa seria verter a Constituição brasileira do português para o javanês ou um simulacro do “patoá malaio”, não importa. Se uma parte do distinto público sai dos julgamentos convencida de acordo com as suas próprias conveniências, é o que basta para receber uma ovação e virar retrato na parede da galeria de notáveis deste Brasil imbecil, burocrático e incompreensível.

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  1. Mário Sabino e Uira,”com a devida vênia”quanta capacidade expressa em palavras que definem quem são e como atuam”os donos da lei” nesta pátria amada por nós,jamais por eles.Parabéns!!

  2. Mário, ás vezes a mensagem por trás do que você escreve deveria nos causar tristeza. Em geral, causa mesmo. Mas sempre leio seus escritos com um sorriso, porque seu estilo é maravilhoso e incomparável. Você usa uma fina ironia e chama as coisas pelo nome, deixando claros os absurdos do nosso cotidiano aceitos como acontecimentos normais. Não mude, por favor.

  3. Que língua se fala no Brasil? Teoricamente é o português, então se advogados quiserem utilizar expressões em latim, que façam isto entre si, mas no âmbito do judiciário qq expressão em latim deveria ser proibida e substituída por aquilo que ela efetivamente expressa em termos jurídicos. O lugar do latim é no mundo da teoria, não no da práxis. Fala-se tanto em exclusão e desigualdade. Impedir que o cidadão conheça o teor das leis e das decisões não é excludente e parcial?

    1. Uira. Muito bem colocado. A linguagem dos "belezas" é proposital p não entendermos e, assim, mostrarem superioridade.

  4. Em tempos de Inteligência Artificial, leis deveriam ser escritas não só para seres humanos,mas para máquinas tb entenderem. Uma Constituição deveria ser simplesmente um sistema lógico com instruções que devem atender à determinadas condições e gerar resultados específicos. Leis ordinárias deveriam atender aos critérios estabelecidos nas leis constitucionais e não se sobrepor a elas. Não deveria haver divergência quanto à aplicação de uma lei em função de quem é o réu.

  5. Não há contradição, a Constituição diz exatamente o contrário do que eu estou dizendo, mas como sou eu que digo o que é que o quê está escrito nela está dizendo, então ela diz o que eu quero. Não há contradição, foi vc que não entendeu.

  6. Portanto, o juridiquês é só uma extensão de algo mais profundo, um sistema que se retroalimenta de uma relação de poder e dependência que impede ao ANDAR DE BAIXO pensar e agir por conta própria. Se o poder das leis não está nestas, mas em quem as aplica, então o poder não pode estar nas mãos do cidadãos, mas dos GARANTISTAS. O juridiquês é só para disfarçar o ululante: EU SOU A LEI. Portanto, como ser magnânimo. eu me dou ao trabalho de explicar como a Constituição se alinha à minha vontade.

  7. O verdadeiro pano de fundo é concentrar poder e impedir a autonomia do cidadão, pq se o SISTEMA JUDICIAL funcionasse de forma eficiente, transparente e o mais acessível a todos, então na realidade o poder passaria para as mãos do cidadão e não para a dos ÇÁBIOS. Sem um desnivelamento na magnitude de poder detido por PODEROSOS e o ANDAR DE BAIXO, é impossível que se estabeleça uma relação de PATERNALISMO. Para que haja um BENFEITOR é necessário que haja pelo menos um DESVALIDO.

  8. No caso dos nossos GARANTISTAS, o juridiquês é este mecanismo que ao mesmo tempo os transforma em ÇÁBIOS, enquanto impede que os TROUXAS IGNORANTES percebam que eles na verdade não tem SABER JURÍDICO algum, não passam de CHARLATÕES e BUFÕES. Se ninguém pode entender o que eles falam, automaticamente ninguém tb pode contestá-los, assim eles logram criar um latifúndio estatal onde podem fazer o que bem quiserem e entenderem.

  9. Apesar disto, o STF conseguiu fazer o impossível, essencialmente tornou penalmente nula uma das Constituições mais lenientes do mundo. E onde está a falha, aqui ou lá fora? Claro que o problema é o mundo, que tal como a realidade, insiste em destoar da REALIDADE GARANTISTA, onde todo pobre é uma VÍTIMA INOCENTE, mas são os únicos a irem presos. Todo SISTEMA PARASITÁRIO precisa de algum mecanismo que impeça ao HOSPEDEIRO perceber ou se livrar do PARASITA.

  10. Ela fala de coisas que só existem no papel, mas jamais se concretizam na realidade, é o símbolo do que é o Brasil: uma UTOPIA PARA INGLÊS VER. Nossa Constituição serve para que nos enganemos acreditando naquilo que não somos capazes de alcançar, se encaixando perfeitamente na lenga-lenga de PAÍS DO FUTURO. O defeito não está nela, mas na realidade que se nega a funcionar conforme os idealizadores da Constituição consideravam que ela deveria funcionar.

  11. A erudição vazia e a encheção de linguiça só tem um objetivo: esconder a ignorância e enganar os TROUXAS. É nisto que os GARANTISTAS brasileiros são especializados: enganar os BRASILEIROS TROUXAS. Afinal, como é que um cidadão pode contestar algo sobre o qual ele não faz a menor ideia? E aí entra não só o juridiquês, mas a própria Constituição brasileira, ela é indecifrável pq tenta falar de tudo e acaba por nada dizer.

  12. Mas a questão é que a loucura em método, todos os rodopios e twists carpados têm por objetivo realmente tornar os votos dos ministros GARANTISTAS ininteligíveis. Hj faz todo o sentido os votos infindáveis de Celso de Mello recheado de rebusqueios, ele jamais pretendeu fazer-se entender, pelo contrário, quanto menos todos compreendessem, melhor, pois é disto que o GARANTISMO consiste. Afinal, quem é louco de deixar claro que ele está promovendo a IMPUNIDADE AMPLA e IRRESTRITA?

  13. Se ao invés de falar, Toffoli tivesse pintado seu rosto de branco (com o desenho de uma lágrima caindo de um dos olhos), balançado seus braços por 5 horas sem parar, quem poderia dizer que o teor do voto dele era contraditório com a "fala" dele? Certamente não haveria ninguém tentando decifrar o que ele tentou dizer. Talvez fosse bom Gilmar tb passar a adotar uma performance jurídico-artística para deferir seus votos, que terminaria com ele dando uma banana para o povo.

  14. Ainda que os brasileiros falassem a língua dos GARANTISTAS, eles nada entenderiam, desde que fossem HONESTOS e ÍNTEGROS. Tal como a língua do P, o GARANTISMO brasileiro criou sua língua própria, onde vc não entende nada do que eles dizem, mas sabe qual é o resultado final: os CORRUPTOS não podem ser investigados e muito menos presos. Os GARANTISTAS do STF seriam muito mais inteligíveis e coerentes se apresentassem seus votos por meio de pantomimas.

  15. Como ele interpretaria leis que "dependem" do réu, se ele é pobre, então a interpretação é uma, se é rico, então é outra? Imagine o este ADVOGADO-ROBÔ tentando convencer Gilmar Mendes de que o CLIENTE dele deveria ser liberado pq Gilmar concedeu HCs para outros indivíduos que cometeram crimes mais grave? Como que o ADVOGADO-ROBÔ processaria a negativa de Gilmar? Afinal, a LÓGICA PURA diz que crimes mais graves devem ser objeto de maior escrutínio e menor clemência.

  16. Em um mundo onde se fala em inteligência artificial e carros autônomos, não pode estar longe o dia em que máquinas com inteligência artificial serão capazes de competir com os melhores advogados. Bem, pelo menos no mundo desenvolvido onde as leis não agridem as leis da lógica e do bom senso, pois obviamente que no Brasil isto jamais será possível. Como um ADVOGADO AUTÔNOMO detentor de INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL JURÍDICA seria capaz de interpretar leis que se anulam?

  17. Tofoli entende tanto de Direito quanto o "malandro" que se passou por professor de Javanes. Pelo que se diz, foi reprovado duas vezes em concurso para a Magistratura. É mais uma herança maldita do PT. Pena que a maioria dos nossos eleitores são ignorantes e continuaram votando em políticos corruptos e sendo enganados como o "nobre" do conto pelo "malandro".

  18. Mário, mais um excelente, bem humorado e sarcástico texto, muito bem acompanhado de trechos de outro mestre, Lima Barreto. Obrigado.

  19. Depois desse esmero de reportagem, agora captamos totalmente o sentido da fala do MINISTRO BARROSO. Adorei a leitura. Obrigada pelo nosso enriquecimento literário e a mais essa associação ao comportamento TÓFFOLI de ser.

  20. Você é demais! Adoro os seus escritos. Esse conto parece que foi escrito para ilustrar os atos do amigo do amigo do pai do Marcelo. Parabéns! Genial!

  21. O que ainda nos deixa uma ponta de esperança e otimismo são textos como estes...trás a tona o nível de canalhice e arrogância desses "poderosos", bem típicos de República das bananas. Porém grande parte da população já tá de "saco cheio" desses "intelectuais de Wikipédia"...obrigado Sabino!!! Literalmente uma ilha de sobriedade e inteligência.

  22. parabens ao autor Simplesmente maravilhoso Obrigado pelos bons momentos da leitura e pela gostosa gargalhada no final Abasten sor em javanes

  23. Lima Barreto era um sábio! Tenho na minha sala um livro dele, sobre a mesa de centro, sempre à mão! Perfeita a comparação de Castelo com o nosso atual supremo (me nego a usar maiúscula)! Pura enrolação!

  24. Lima Barreto escreve este conto para vingar-se dos colegas que o discriminavam: eram medíocres e ocupavam altos cargos... Todos “professores de javanês”... O Ministro Barroso foi brilhante - também -no seu comentário. Mais uma coluna deliciosa, Sabino!

  25. prezado Sr Mário, sinceramente, sempre achei aquelas demonstracoes de léxico ambulante, coisa mais estupida do mundo. Um dia vi pela tv o imbecil do Marco Aurélio Mello demorar mais de uma hora para falar sim, também se perdeu na apoteose linguística. Mas tenho certeza que é esquema de corrupção, para inibir quem se sente inferior por não entender a pataquada inútil ...os dias desses velhacos estão contados.....

  26. Caro Mário linguagem clara não é o forte daquele quarteto formado pelo Sr. Toffoli. Essas pessoas são de envergonhar até quem entende javanês, o que dizem são disfarces da mentira por isso continuarei me esforçando pelo " Resista " até breve.

  27. Parabéns , isso que é um artigo bem escrito . Além de citar o Min Barroso, que também considero um homem inteligente e culto de verdade, a transcrição acerca do “javanês” foi excelente e caiu como um luva para entender o que disse Barroso. O voto do Presidente foi um horror, ninguém merece ouvir algo tão imperfeito, e longo. Uma decisão judicial deve ser fundamentada nos fatos e na lei . Toffoli falou a tarde inteira e até o semblante dele era confuso . Era pra ser confuso.

  28. Que categoria! Gostei muito. Mas palpitando um pouco aqui, acredito que o IMPERADOR dos DIAS atuais não está conseguindo "segurar" sua cabeça. Por tomar diariamente RIVOTRIL por conta própria, está ficando cada dia mais "biruta". Aí, dá nisso que estamos presenciando. Só ABOBRINHA! ..... Até quando?

  29. A razão de tudo está na forma imperialista de escolha dos ministros do STF. A corte tem que ser o últimos bastião da meritocracia e ter suas cadeiras preenchidas por juízes de carreira com critérios técnicos estabelecidos na constituição. Não pode caber ao PR de plantão fazer uns escolha política. A tal constituição cidadã preocupou-se com um monte de abobrinhas e esqueceu coisas essenciais como dotar as cortes de um padrão mínimo de meritocracia.

  30. Parabéns, Mário. Do atual STF acho o Marco Aurélio o que mais se aproxima da descrição. Ao fim e cabo de seu voto, fica tão incompreensível que ele próprio não o entenderia. Deveria ser proibido de conceder HC!

  31. Mário Vc. Foi muito feliz neste conteúdo comparáramos o quanto este STF tenta enganar muitos mas eles esquecem que para enganar sempre, a verdade aparece.

  32. Vejo que a banca que julga a competência do candidato para o cargo, no caso, o SENADO como o grande responsável por essa lambança!

  33. A diferença é que lá eles julgam a luz da lei, com honestidade, aqui eles tem que fazer malabarismo pra tentar dar um ar de legalidade às suas decisões viciadas.

  34. Mario, em que pese que o seu artigo tenha o mérito do Lima Barreto, poderemos manter a tradição brasileira e imediatamente passar a se referir ao eminente togado Javanês de sr. Castelo Tofole - assim mesmo: um farsante que no máximo serve para assoprar uma lareira. Esse é o fim da linha, o Judiciário brasileiro é uma piada de mau gosto e o país está nas mãos de meia dúzia de sacripantas.

  35. O ministro Barroso só errou na identificação da língua: dilmês. Este é o 'Toffelo' que está a ocupar o principal cargo do atual 'destruído' STF. Mas o país é o mesmo.

  36. Brilhantes como sempre os comentários do Mário. Talvez o Ministro tenha se inspirado no personagem Castelo (se por acaso leu o livro). Seria o Ministro um professor de javanês? Se for, desnecessária a observação do culto Ministro Barroso! Basta "explicar" o seu confuso voto aos seus pares. Simples assim!!!!!

  37. A cara do nosso Supremo não é a do juiz justo e perfeito capaz de realmente fazer justiça, mas, sim, o jogador de pôquer, que por cara-de-pau ousa alegar jogando todas as fichas para impressionar o adversário. Nesse caso, o adversário é o povo brasileiro, que tendo melhor jogo, melhores juídês se vê impotente e entrega o jogo para o blefador.

  38. Que texto "supimpa". Cada dia melhor. Só mesmo um professor de javanês pra traduzir o "besteirol jurídico" da maioria dos ministros a começar do decano.

  39. A respeito do nebuloso voto do mensaleiro, ficou a dúvida essencial. A obscuridade foi por ignorância ou má fé ? (ou ambas?).

  40. Pensar que quando indicou Toffoli, Lula estava se preparando para iniciar sua obra-prima, a grande escolha de Dilma Rousseff para a presidência da República. Esta já saiu de cena, agora imaginem como será suportar mais vinte e três anos o javanês de Toffoli?!

    1. O mais interessante disso td, é q tds os canalhas, velhacos e enganadores sempre tiveram a “lábia farsante” como seu melhor embuste. Os termos coloridos do judiciário não nos deixa outra leitura q não a da corrupção e o pagamento pelo cargo apadrinhado.

  41. PRIVACIDADE? "A minha ninguém vê." O idioleto de Toffoli - o dialeto do idioma do idiota analfabeto - é muito claro. Só não entende quem não quer. Significa "ninguém pode ver as movimentações financeiras dele, da mulher dele de Gilmar e de outros." Se p isso ele tem de soltar Lula e mais 5000 perigosos marginais - qual é o problema? São detalhes. É só.

  42. Mais uma vez Mário Sabino , com perspicácia e poder de síntese, consegue em poucos caracteres descrever em "plain terms" o que percebe da realidade, condição sine qua non para o jornalismo e que deveria também estar presente no espetáculo quase circense que tornaram-se as sessões plenárias do nosso STF. Ao elevar à ministros quadros não oriundos da magistratura, corremos o risco de contratar um professor de javanes a definir os rumos do país. Parabéns Mário

    1. Não sei o que seria de nós se a Crusoe não existisse

  43. Puxa, como me fez bem o comentário do ministro sobre contratar o professor de javanês (livro que li quando criança). Por que, por um defeito qualquer de personalidade, assisti as perorações malucas do Toffoli nos dois últimos votos e, em ambos, quando conclusos minha esposa perguntou: e aí, votou contra ou a favor? E eu constrangidamente, sentindo-me um apedeuta respondi "não sei"

    1. E ainda assim, os outros componentes não tomam alguma providência!!!! Cumplices de um bandido, analfabeto, incompetente e canalha!!!! Tomem vergonha canalhas!!!!

    1. Luiza, concordo. A turma toda segue o voto do toffoli.

    2. Ou na Coréia do Norte, ficaria mais próximo dos países onde ele domina a língua. Lamentável!!!

  44. Sinto neste texto o sentimento de regozijo em ver que todo mundo entendeu o Toffoli. Já tínhamos uma desconfiança , agora accerteza reluziu. Parabéns Mario

  45. Do dilmês ao toffolês, a gente percebe e sofre por constatar o quanto é indigesto e enganador o linguajar dos lulopetistas...

  46. Excelente texto, me diverti muito com a leitura. Mas , desculpe, a grafia certa é patuá ou patoá? Acho que é patoá, sinônimo de dialeto.

  47. Amei o artigo, como sempre um prazer. Acho que o Sr. Toffoli merece o título de pior presidente da corte de todos os tempos. Mas pensando bem, quais seriam suas credenciais ??? Reprovado por 2x em concurso para juiz, com certeza foi escolhido por ter sido "adevogado" do PT e subordinado do Dirceu......

  48. Gostei da história do Castelo. Logo após ter assistido uma parte do voto do sr. Toffoli, falei para minha mulher que não tinha entendido tudo o que ele leu em seu discurso, mesmo gripado e espirrando de vez em quando, quando no dia seguinte o Josias de Souza teve a mesma opinião minha, só que titulou a língua de : TOFFOLÊS. Achei genial ambas definições de JAVANÊS E TOFFOLÊS. Acho que poucos Ministros entenderam tudo que ele leu de seu voto, se é que ele o escreveu. Todos ficaram nadando, acho.

  49. E' isso que dá oferecer a um homem totalmente carente de méritos em um lugar aonde se exige notável saber. Nem ele mesmo entende seu blá blá blá juridiquês. Que vergonha!

    1. Moro em Marília,fico envergonhado ed digo a quem pergunta,que moro aqui ao lado na cidade de Vera Cruz.

  50. Bela pesquisa e história do Castelo. Alguém sugeriu algo diferente, embora o professor de javanes seja ótima ideia: Ministro-Patropi! Aquele que reinventa a roda, reinterpreta diferente o que interpretara antes, segundo a conveniência do momento. Tá cheio de Ministro-Patropi por aí, ainda mais com gente rica necessitada de novas interpretações de leis. Ninguém é de ferro. O cliente tem sempre razão. Customizemos, customizemos. Lei é só mais um produtinho fácil de customizar e alegrar clientes.

  51. Na mosca, Mário! Adoro as suas referências literárias! Eu acredito que se nos brasileiros lessemos um pouquinho mais, principalmente “as professorinhas” , seríamos menos enrolados por farsantes tipo Toffoli, Gilmar, etc.

  52. Para mim a melhor parte do que ele chamou de voto, foi quando proferiu o " é assim como voto". Naquele momento vivi duas emoçoēs.Uma de alivio pois depois de assistir desde o inicio pela manhã aquilo que seria a mais angustiante sessão ate então assistida,pous falou muito, mas muito e não disse nada. A segunda foi lembrar que aquela pessoa que não sabia o que ali estava fazendo era para nosso desespero o V.Exca. presidente da nossa suprema corte.

  53. O Sabino, excelente texto, eu diria que temos que contratar o lendario Stanilaus ponte preta pra fazer outro samba do criolo doido...

  54. "Imbecil, bur(r)ocrático e incompreensível". O retrato do Brasil, com a minha modesta contribuição. Mário Sabino, gente como o ministro Barroso e você ainda nos dão alguma esperança de que o brasileiro, quem sabe, um dia saberá ler e interpretar um texto a ponto de reconhecer que um ministro, que não conseguiu ser juiz, está falando uma língua que ninguém entende. Alvíssaras!

  55. Simplesmente SENSACIONAL, apesar de infelizmente refletir o que se passa em nossa suprema corte (em minúsculas mesmo)!!!!!!!!

  56. Sabino, a cada nova edição desta publicação, notadamente a sua coluna, mais me convenço do acerto em embarcar rumo a essa Ilha do jornalismo.

  57. Sabino, teus textos são deleite. E que idéia seria um encontro com Barroso, com muita justiça apontado por você como o Ministro do supremo que tem o voto sempre mais palatável e interessante. Erudição com conteúdo e graça é para Sabino e Barroso. Tofolli não saberia entender!

    1. Para este encontro os dois não são necessariamente seriam favoráveis ao aborto e legalização da drogas né? como o letrado Barrosinho o é, além de comuna, ora tenham dó

  58. Obrigado Mário Sabino, agora, consigo entender o que o atual presidente do STF fala em seus processos, um perfeito javanês .

  59. É sempre uma delícia ler os textos do Mario!Este foi de uma clareza sem igual.Pobre sujeito que se meteu a ser " supremo" sem nenhuma qualificação a não ser amigo do chefe....

    1. uns crápulas, serviçais dos corruptos em chefe, para darem constitucionalidade aos atos de corrupção dazelite..

  60. Maconh'eu tava dizendo, baseado em tudo, cerveja você: a vida é drurys. Portanto, NADA A DECLARAR. A propósito: chivas lá fora e pinga pra dentro. Fui claro ou preciso chamar a Dilma pra explicar?

  61. Que texto maravilhoso e auto-explicativo , realmente vocês do Antagonista são os melhores jornalistas do Brasil . Nesse texto , você reduziu , em linguagem clara , o quanto medíocres e rebotalhos são a maioria dos ministros do STF , deveriam ensinar Javanês nos Confins do Brasil .

    1. Para que isso acontecesse, o tal Dias teria que estudar vários anos... Ainda assim não teríamos a certeza que havia aprendido algo. Eles acham que sabem tudo, são espertos e ganham sempre no grito. No final, manter algum tipo de conversa com essa turma do PT é como jogar xadrez com pombos.

  62. Lima Barreto! Devagar vamos conhecendo a tua biblioteca, Mario. E a tua capacidade de desmascarar as sucessivas gerações de conselheiros do império. E ainda bem que contamos com a evolução dessa mistura de raças cujo humor também evoluiu e ainda é capaz de desnudar barões empolados.

  63. Não só temos que aguentar a corrupção e autoritarismo do STF, mas também esses caipiras bregas semi-analfabetos de terceiro mundo posando como intelectuais e figuras de alta cultura! Bando de medíocres picaretas.

  64. Perfeito, Mário! Como sempre. No primeiro dia do julgamento seu comentário definiu com precisão o pensamento de “vergonha alheia” que tomou conta dos que tentaram levar aquela patacoada a sério.... seria apenas constrangedor se não fosse trágico para o Brasil.

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