ReproduçãoO nazista durante seu julgamento, em Jerusalém: filósofa Hannah Arendt caiu em sua armadilha

Eichmann e o livre-arbítrio voltado para a maldade

A revelação dos áudios de uma entrevista concedida pelo nazista quando vivia escondido na Argentina derruba o conceito da banalidade do mal
08.07.22

Capturado na Argentina pelo Mossad israelense, o nazista Adolf Eichmann foi julgado por um tribunal em Jerusalém, em 1961, e condenado à morte por enforcamento, no ano seguinte — a história do seu julgamento foi tema de um livro clássico da pensadora alemã Hannah Arendt, Eichmann em Jerusalém, no qual ela fala sobre a “banalidade do mal”. Seis décadas depois, seu nome ainda desperta reflexões. Seria ele um personagem banal, mero elo de uma cadeia produtiva da morte que o ultrapassava? Ou era ele uma pessoa plenamente consciente do que fazia, um criminoso de firmes convicções ideológicas, para quem matar judeus, homossexuais, ciganos e Testemunhas de Jeová fazia parte de sua missão? Era ele meramente passivo ao obedecer ordens ou era um membro ativo do Partido Nazista, um dos artífices do extermínio coletivo, da Solução Final?

A recente divulgação de uma série de entrevistas gravadas quando Eichmann vivia escondido na Argentina permite eliminar quaisquer dúvidas quanto às suas convicções nazistas. Os áudios, denominados Confissões do Diabo: as Gravações Perdidas de Eichmann, lançam uma luz aterradora sobre as “façanhas” deste agente da maldade.

Em um deles, Eichmann esmaga uma mosca e fala da “natureza judaica” do inseto. Ele também afirma que não dava a mínima se os judeus enviados aos campos de concentração morriam ou não. “Se tivéssemos matado 10,3 milhões de judeus, eu diria com satisfação: Muito bem, destruímos um inimigo. Deste modo, teríamos cumprido nossa missão”, diz o nazista, em uma das gravações.

Tais frases perturbam a nossa normalidade, não afeita a conceber tal tipo de anormalidade. Contudo, não se trata de uma anormalidade qualquer, uma espécie de ponto fora da curva, mas um projeto de poder voltado a instaurar uma outra ordem de normalidade, prevista para durar décadas, não fosse a derrota militar nazista pelas tropas aliadas. Ou seja, estamos diante de um tipo de regime político cujo traço essencial é a destruição por morte violenta de todos aqueles que os seus líderes consideram como inimigos. A denominação de “inimigo”, por sua vez, é ela mesma ficcional, pois dependente da intenção política daqueles que assim agem, não representando necessariamente um inimigo real. Os judeus representavam menos de 1% da população da Alemanha, desarmados, e, no entanto, foram “vistos” como instrumentos que iriam destruir a própria Alemanha e a “superior civilização racial ariana”.

A questão reside, então, no tipo de maldade representada por Eichmann e, por extensão, por outros personagens como Adolf Hitler e Heinrich Himmler, comandante militar da SS, a polícia de Estado. Seus atos não se caracterizam apenas como uma transgressão do bem, seja sob sua forma moral ou religiosa, mas por serem voltados para o mal enquanto mal. Isto é, trata-se da produção intencional, consciente, da maldade, independentemente de qualquer valor, regra ou padrão positivo. Há aqui uma reviravolta no que tange ao comportamento humano e aos seus princípios, a tudo aquilo que se considerava até então como humanidade.

O padrão seria, assim, a maldade enquanto tal, o que implicava a criação de uma nova mentalidade, de um “novo homem”, que não sentisse nenhuma espécie de arrependimento ao executar formas extremas de violência e crueldade. Himmler, em particular, em seus discursos aos membros da SS, enfatizava que deveriam pautar-se pelo mal, matando, nos dizeres de Eichmann, judeus como se mata insetos. Não haveria mais “transgressão”, mas afirmação própria de “valores” mais elevados, os da morte violenta e da maldade.

Eichmann representa precisamente este outro homem nazista. Os áudios foram entrevistas concedidas por ele a um jornalista nazista holandês, Willen Sassen, antigo SS, com o objetivo de posterior publicação de um livro após a sua morte. O horror deveria ser mais ainda exibido, os feitos de indivíduos “superiores” que exterminavam homens, mulheres, crianças, bebês e idosos pelo bel prazer de sua destruição.

Os exemplos são abundantes, os mais destacados sendo os do tipo de morte infligida a bebês e crianças, que, sob o olhar de mães impotentes, tinham de suportar a visão dos seus filhos sendo atirados contra os muros ou sendo objetos de tiro ao alvo. Depois, o carrasco podia ser simplesmente “normal”, “banal”, ao escrever carinhosamente para suas mulheres e seus filhos. A mulher de Himmler, Marga, ao visitar um instituto de Botânica, no campo de concentração de Dachau, chegou a declarar que esse lugar era um “jardim encantado”.

No que diz respeito à banalidade de Eichmann, o processo no tribunal revela um homem melífluo, esquivo, afeito ao uso de duplicidades e ambiguidades, senhor de si, controlando perfeitamente o que diz, sempre se escudando em ser uma pobre vítima de uma máquina muito maior do que ele. Omite, intencionalmente, sua responsabilidade de uma forma calculada e deliberada. Hannah Arendt, que esteve presente ao julgamento, inadvertidamente foi capturada por esta performance teatral, não tendo o cuidado de perscrutar para além das aparências. Foi com base nas audiências que ela cunhou o conceito de banalidade do mal. Segundo Hannah, a massificação da sociedade teria criado uma multidão incapaz de fazer julgamentos morais. Burocratas como Eichmann, portanto, cumpririam as ordens que receberam sem maiores questionamentos.

Vladimir Jankélevitch, filósofo francês, assinala a propósito que, olhado de perto, “o carrasco é bem mais simpático e o sadismo não se lê sempre na face de um sádico”. Não haveria, portanto, por que se surpreender com a banalidade de personagens como Eichmann e Himmler. Hannah Arendt foi incapaz de ver este “outro da maldade”, conformando-se com o desempenho de um homem moralmente mau, apresentando-se como do bem, mera vítima a cumprir ordens. Terminou fazendo parte desse teatro da maldade.

Eichmannn, em seu julgamento em Israel, em 1961, quando confrontado a declarações suas, manuscritas, apresentadas pelo procurador-geral Gideon Hausner, a propósito de um fragmento desses áudios agora tornados públicos, procura esquivar-se, dizendo simplesmente que teria bebido demais. E houve quem acreditasse que se tratava apenas de uma bebedeira, quando lá se jacta de todo o seu poder, assume suas responsabilidades e diz que teria gostado de ir além, assassinando mais de 10 milhões de judeus, pois assim teria cumprido ainda melhor a sua missão. Milhões de judeus deveriam ser mortos, sim, porque eram o “inimigo” a ser destruído. Estava perfeitamente imbuído de seu imenso prestígio.

Nos áudios, assim como em outros testemunhos da época, inclusive de nazistas colegas seus, ele aparece como um personagem fanático, cioso de seus deveres, agilizando-se em suas matanças, indo mesmo além das ordens recebidas, como na organização apressada de envio de judeus húngaros para Auschwitz, aproveitando-se da queda de um governo que até então os protegia. O que contava era assassinar o máximo de judeus, ciganos, homossexuais e Testemunhas de Jeová, no menor espaço de tempo.

Eichmann era particularmente industrioso para alcançar seus objetivos. Contudo, quando confrontado com falas suas, procurava apresentar-se como normal, citando mesmo a filosofia moral de Immanuel Kant, eximindo-se de qualquer responsabilidade, como foi igualmente o caso de suas declarações em um interrogatório conduzido pelo Comissário Less. Para ele, havia sobretudo o comprometimento com sua “missão”, representante que acreditava ser de uma “nova in-humanidade” arquitetada por Hitler e Himmler. Interrogado, pretende ser inclusive um “historiador”, citando um livro de Léon Poliakov, Breviário do Ódio, como se não fosse ele um ator político de uma das mais terríveis experiências da humanidade. Hannah Arendt simplesmente caiu em sua armadilha.

Para além de seu valor histórico, esses áudios nos colocam diante de questões centrais relativas à condição humana e a experiências históricas que podem ser repetidas, tudo dependendo de quem as confronte. Sem uma consciência de resistência, o caminho pode abrir-se a essas formas da maldade. Há, sim, atos livres que se voltam para a maldade, para sua implementação e realização. Pense-se, ainda, no extermínio de metade da população cambojana pelos comunistas de Pol Pot. Eles tinham estudado marxismo-leninismo na França e se apresentavam sob o manto do bem, para encobrir sua essência terrível. Pense-se igualmente no genocídio dos ucranianos, na década de 1930, produzido pelos stalinistas que almejavam destruir os camponeses deste país pela fome. Os relatos são simplesmente horrorosos. Também os carrascos se diziam portadores do bem na luta contra os “kulaks”, outra forma arbitrária de denominação do que tomavam como inimigo a ser destruído.

A história não está imune à repetição. Se as experiências políticas de morte violenta, de livre-arbítrio voltado para a maldade, não forem pensadas e conhecidas, a humanidade pode delas novamente tornar-se refém. Nesse sentido, os áudios de Eichmann são uma importante contribuição para todos aqueles que almejam uma sociedade melhor, ciente dos perigos que a espreitam.

Denis Lerrer Rosenfield é professor de filosofia e autor do livro Jerusalém, Atenas e Auschwitz: Pensar a existência do mal (Topbooks)

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  1. Também penso desta forma. Não devemos amenizar ou esconder a maldade humana praticada, sobretudo as mais terríveis. Ao contrário, seu conhecimento deve ser público para se evitar repetições e servir de alerta para aqueles que não coadunam com tais atitudes.

  2. É cômodo para o indivíduo se esconder atrás da desculpa de que estava cumprindo ordens. É mais uma amostra do vitimismo, que tanto vemos hoje em dia, sendo usado pelas pessoas para encobrir suas próprias culpas.

  3. Artigo perfeito que não chega ao conhecimento das massas. É assustador o quanto caminhamos pro final desse túnel. A sociedade está se acostumando com a barbárie.

  4. Na Alemanha nazista os executantes argumentavam cumprir ordens e os coniventes argumentaram ignorância. Seria então um país de burros e ovelhas. Nunca! É apenas discurso de defesa para escapar da responsabilidade de toda uma sociedade que atuou efetivamente pelo mal, fosse para manter seu padrão de vida ou para satisfazer seu ideário político -social

    1. Aqui a Greta Thunberg da Selva com TPM crônica terceirou o ridículo STF que o canelau chama Corte Solta Ladrão para sua frescura ditadora ... tudo programado para manipular idiotas que serão algozes de si mesmos nas urnas indevassâveis do Dr. Verboso e do ditador Xandão ... haja lixo.

  5. Hanna Arendt e eu fomos muito ingênuas, não nego que para mim a teoria da banalidade do mal fazia sentido. Acho que essa ingenuidade guarda o fato de não poder ou não querer aceitar que haja tantas pessoas tão ruins.

  6. O que mais me assusta, é ver que boa parte dos seres humanos podem ser manipulados pelo fanatismo religioso, ou político, tanto de esquerda como de direita. Vemos a cegueira que isso causa, fazendo que boa parte não consiga sequer refletir sobre notícias e coisas, passando a pensar e agir como rebanho. Isso se mostra cada vez mais factível na nossa atualidade. Simples enxergar que o serumaninho é um vírus que merece e deve ser contido e destruído.

  7. Em uma passagem de Nietzsche em "A genealogia da Moral" ele discorre sobre as aves de rapina e as ovelhas. Não há dúvidas de que só uma sociedade livre, democrática, atenta e consciente é capaz de minimizar os riscos de empoderar esse tipo de gente. A águia vê o cordeiro como comida somente. Cabe ao cordeiro, aprender a não se expor a ela.

  8. Sempre que se deseja exemplificar o quão covarde pode ser a humanidade usa-se o Holocausto. JUSTO, mas pq nunca são lembradas as atrocidades cometidas contra os ameríndios quando da invasão europeia, contra os prisioneiros nos Gulags, contra os “inimigos” de Mao, de Pol Pot, de Idi Amin, citando poucos e recentes exemplos. É… o lobby judeu é mesmo poderoso e incansável. Mas até o povo alemão foi humilhado e passou pelas tribulações impostas por um tratado de paz draconiano (Versalhes). Receeeba

    1. Através de uma única frase ( o lobby judaico é poderoso...) você se identifica com uma ampla camada da sociedade antissemita. Fortalece a ideia ( nojenta e mentirosa) de que os judeus " dominam" a mídia . É dentro desse seu pensamento que proliferam os conceitos que justificam atitudes antissemitas. Fala como se os judeus fossem responsáveis para que o mundo não divulgue atrocidades perpetradas por outros estados ....

  9. infelizmente, hoje ainda se vê essa banalização do mal , vide alguns "líderes " encabeçado por Putin na Rússia , Maduro na Venezuela, kin na Coreia do Norte, Assad na Síria e mais alguns, ainda hoje efetuando genocídio por ideais , que extrapolam a maldade.

    1. Pois é Luiz mas o que a ignorâcnia fanatizada quer para nós? o paraíso argentino, venezuelano ou cubano nada mais que uma ridícula mistura do comunismo russo falido e o fascismo a fabricar "heróis" assassinos ... um povo suicida algoz de si nas urnas só tem um destino ... o lixo ... durO e cruel mas é isto.

  10. Fiquei impressionada com o artigo! Achei brilhante! (Mas ñ acho q Hannah Arendt tenha sido incapaz de ver "o outro da maldade", acho q é extremamente difícil p uma pessoa boa, digna, amorosa e q tem apreço pela vida própria e do outro, se deparar c uma força maligna em forma de gente...)

  11. A maldade, muitas vezes, se escuda ‘em motivos aparentemente justificaveis para perpetrar seus crimes. O torturador apresenta valores como patriotismo e defesa da ordem estabelecida como fundamentos aceitaveis para concretizar sua sanha demoniaca.

  12. De tempos em tempos aparecem estes psicopatas , que causam destruição daqueles que não pensam como eles, eles acabam com a Saúde, educação , tentando junto com grupos que se elegem como “bancadas”políticas fazendo seu genocídio particular, um dia em algum momento, irão prestas suas contas . Que Deus tenha piedade destas almas umbralescas.

    1. Misericórdia… 🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄

  13. Psicopatas não parecem maus, sabem fingir muito bem , podem ser simpáticos e amáveis. Somente psicopatas fariam tantas atrocidades por prazer. A ideologia atraiu sujeitos com essa personalidade.

    1. ... e o seu ladrão assassino é o que mesmo? quem mandou assassinar Bolsonaro? quem mandou assassinbar sob tortura Celso Danielo e Toninho do PT honmwens dignso porque primeiros prefeitos de cudades impoirtantes se recusaram a iniciar a roubalheira de quinze anos da quadrilha que cooptou idiotas descerebrados? ora cara vá lamber xuxu OU passe xilocaína no reversso ... estou mentindo?

  14. Não tenho procuração para defender ou reinterpretar HA. Mas creio haver um mal-entendido entre os que acreditam que a expressão « banalidade do mal » denote uma certa ligeireza ou descuido que leva alguém como Eichman a tornar-se criminoso. Acho que HA queria justamente mostrar como o mal absoluto do nazismo impregnou corações e mentes mesmo das pessoas banais, fazendo-as emular seus líderes abomináveis. Penso ser esta a intenção da brilhante pensadora, que permanece muito atual (Trump/Bozo)

    1. Adendo ao seu comentário, Rubens: Trump, Bozo, petralhas… por favor, seja coerente!!!

    2. Boa, Rubem. Sempre haverá mentes “fracas” dispostas a seguir a um “grande líder” por maior que sejam as extravagâncias defendidas (veja o caso Jim Jones, p. ex., para não falar na atualidade brasileira). A questão é que os dirigentes nazistas talvez não fossem exatamente “mentes fracas”, apenas ressentidos com as humilhações exageradas impostas pelo Tratado de Versalhes (que jogou o povo alemão na pobreza). No mais, subscrevo seu comentário.

    3. Permita-me, Rubem: O nazismo foi produto da concepção e da ação de homens e mulheres. Não foi o nazismo que produziu o mal absoluto, foi este que produziu aquele. O nazismo foi um arranjo político de mulheres e homens que queriam exterminar outros homens e mulheres. O nazismo não impregnou ninguém com o mal absoluto, ele é fruto do Mal e, claro, de contingências históricas, mas como HA admitiu, ele, de alguma forma, atende a alguma necessidade humana.

    4. O julgamento de Adolf Eichmann em Jerusalém parece ter sido muito mais do que vingança. Pensa-se que houve esclarecimento dos fatos e punição extrema pelo enforcamento. Os judeus podem ter deixado um legado vital para a evolução da civilização. Tenha Hanna Arendt se compadecido do vitimismo do réu ou não, considerando-se o inteligente teatro de sua defesa. Adolf Eichmann foi a própria essência do mal. Um ser com vida dedicada à morte. O sacrifício dos judeus é referência histórica crucial.

  15. Há 25 anos, o filósofo John Kekes já sublinhava que, por pertencer a uma tradição filosófica que recusa a conceber o Mal como fenômeno autônomo e opta por enxergá-lo como derivativo (causado por perturbações sociais ou mentais), Arendt, diante de Eichmann, preferiu vê-lo como um "idiota moral" e não "um monstro moral,

    1. A posição de HA no caso Eichmann não deixou de ser surpreendente, porque em As origens do totalitarismo ela identificou a incapacidade de nossa tradição filosófica e teológica de conceber o Mal Absoluto - inclusive ela cita a racionalização de Kant para o mal absoluto. Além disso, sua concepção de "banalidade do mal" é inspirada em Camus, que fala de Crise Humana e não de Crise Política nos regimes criminosos. Mas ela sucumbiu à tradição filosofia que ela mesma denunciou com lucidez.

  16. Há alguna anos leio a obra de Arendt e não penso que ela tenha sido inocente ou descuidada em sua análise. Pelo contrário, seu entendimento da natureza humana foi profundamente alargado ao presenciar o julgamento de Eichmann. Ela sempre evitou se entregar às formas de coletivização de seu próprio pensamento... Só o homem, indivíduo, livre da necessidade e do medo é capaz de conceber e vivenciar a liberdade pública. Não me parece q Arendt tenha levantado nenhum tipo de bandeirinha conceitual..

    1. concordo plenamente, não entendi a falsa controvérsia gerada pelo autor, que os áudios "desmentem" a filósofa

  17. Aqui no Brasil também vimos um desprezo pela vida humana no decorrer da Pandemia. O Bolsonarismo estimulava que a atividade econômica continuasse, sem nenhum tipo de cuidado consigo e contra outras pessoas, mesmo que, com esse comportamento, mais pessoas viessem a morrer de COVID19. A maldade humana está sempre presente, por vezes contida por uma fina camada de civilização, por outras vezes emergindo com toda a força. Se a gente tivesse seguido o Bolsonarismo, teríamos 1 milhão de mortos pela C

    1. Na verdade, evita-se a maldade (que é a manutenção do instinto do homem em uma condição de animalidade... ) por meio da educação... Se a maldade fosse ensinada, todas as vítimas, sobreviventes de todo tipo de violência, tenderiam a ser, também, violentas... O bem só existe como conceito e prática entre os humanos, por ter sido idealizado em vários momentos da história, por homens que percebem na inteligência humana uma possibilidade de escapar à condição animal e aprimorar a vida em comum.

  18. Tal vez Arendt errase com Eichmann, mas as observações sobre a massificação da população e os perigos da totalitarianismo deveriam servir de alerta para o mundo. Não deixem de fiscalizar o poder!

    1. Não me parece que Arendt errou ou se iludiu na compreensão do mal ao falar em “banalidade do mal”. Ela apenas percebeu e descreveu um dos seus disfarces mais malignos e eficazes em faces benevolentes.

  19. Nas últimas palavras antes de sua execução, deu vivas à Alemanha, Áustria e Argentina (que lhe deu guarida como fugitivo). E disse ainda "Morro a acreditar em Deus". (!!)

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