Colunista em férias.Leia mais

Não existe ninguém mais poderoso no Brasil do que Gilmar Mendes. Se um ministro do STF pode tudo, ele pode ainda mais. Não há ninguém capaz de ombrear com ele. No Supremo, ele engoliu todos os presidentes do tribunal, desde que Joaquim Barbosa deixou o cargo e retirou-se da Corte. Engoliu Ricardo Lewandowski, engoliu Cármen Lúcia, engoliu Dias Toffoli e está engolindo Luiz Fux, coitado. Por qual motivo ninguém lhe faz frente? É que o decano do STF, ao contrário do resto, sabe que só tem poder quem efetivamente o exerce por inteiro. Age sem peias por instinto, por origem e também, reconheçamos, porque leu Maquiavel melhor do que qualquer outro integrante atual da Corte. O Brasil não é muito diferente politicamente da Florença do século XV. É só uma versão tropicalizada, sem mecenato.Leia mais

“Won’t Get Fooled Again” é um hino da desilusão política. Composta por Pete Townshend — aquele que aos 20 anos dizia “espero morrer antes de ficar velho”, sobreviveu e chegou aos 77 — e lançada pelo Who em seu disco de 1971, Who’s Next, a canção é um inventário das esperanças perdidas dos anos 60 (você sabe, “verão do amor”, “poder jovem”, “revolução”, aquela patacoada toda). É um misto de música exuberante, indispensável nos shows da banda até hoje, com letra entre o irônico e o depressivo, cujo último verso é “meet the new boss, same as the old boss” (conheça o novo chefe, igualzinho ao antigo). Uma espécie de versão roqueira de “se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude”, a frase clássica de Lampedusa em O Leopardo.Leia mais

O que é uma mulher? Não sei. Na verdade, sei, porque é óbvio. Minha tia Nice é uma mulher. Meu primo Marcos, o Marquito, é um homem. Por que querem nos deixar confusos? Você começa a se perguntar de qualquer coisa o que é essa coisa e de repente não sabe nada, como Sócrates.Leia mais

O Instituto Locomotiva, conhecido por sua expertise nos estudos da classe C, desenvolveu um agregador de pesquisas eleitorais em parceria com o canal CNN, utilizando quatro critérios para dar pesos diferentes às diversas sondagens que vêm sendo publicadas. O instituto, além disso, se debruçou sobre um grande volume de informações a respeito das eleições. Uma das conclusões é que o tema da corrupção não deverá ser fatal para Lula. Não porque os eleitores acreditem piamente em sua inocência, mas porque estão mais preocupados com a capacidade de candidatos de pôr comida na mesa. Uma das frases com que os pesquisadores se depararam a respeito do petista, em comparação com Bolsonaro, foi: “Com o meu ladrão, pelo menos, eu tinha picanha no fim de semana". É uma variação do velho "rouba, mas faz" de Paulo Maluf.Leia mais

Um frequentador dos eventos do think tank Esfera Brasil, que reúne donos de empresas e altos executivos, observou uma mudança de ânimo nesse público. Segundo ele, vem crescendo o constrangimento em declarar apoio a Jair Bolsonaro, bem como a disposição para conversar com Lula, o primeiro colocado nas pesquisas. "Suponho que algumas dessas pessoas ainda pretendam votar em Bolsonaro, mas já não é tão fácil dizer isso abertamente", afirma ele.Leia mais

Um experiente analista de eleições não gostou das propagandas partidárias do MDB exibidas ao longo desta semana. Elas teriam mostrado Simone Tebet muito "senhorinha". No entanto, um dos principais ativos de imagem da pré-candidata é o perfil aguerrido que ela exibiu nas audiências da CPI da Covid. “As pessoas reagem bem quando a veem naqueles debates. Como diria Che Guevara, ela conseguiu ser dura sem perder a ternura.”Leia mais

Simone Tebet estará em São Paulo na próxima segunda-feira, 27, para um encontro com apoiadores na casa da ambientalista Teresa Bracher — uma das organizadoras de um manifesto em apoio à pré-candidata da aliança MDB-PSDB-Cidadania. Cerca de 300 nomes da indústria e do setor financeiro, como Horácio Lafer Piva e José Olympio Pereira, além de formadores de opinião como Miguel Reale Jr. e Carlos Ari Sundfeld, assinam o documento. O encontro com Tebet terá a participação de agroempresários e deve abordar temas como meio ambiente, estabilidade econômica e sustentabilidade.Leia mais

Passou despercebida uma bizarrice nas diretrizes do programa de governo de Lula, divulgadas nesta terça, 21. Como já havia sido antecipado, o PT e seus aliados não mostram intenção nenhuma de retirar a autonomia do Banco Central. Ao mesmo tempo, o documento sugere que haverá uma tentativa de controle cambial – o que seria atribuição do BC. “A orientação passiva para a política cambial dos últimos anos acentuou a volatilidade da moeda brasileira em relação ao dólar com consequências perversas para o índice de preços.” São propostas contraditórias. Dá-lhe incerteza.Leia mais

Se o governo esperava usar a CPI dos preços dos combustíveis para falar de petrolão, a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, mesmo sendo logo revertida, levou a oposição a reagir e buscar instalar uma CPI do MEC. O resultado deve ser a desistência de ambas as partes.Leia mais