Intervenção no microfone

24.04.20

O Palácio do Planalto tomou o timão da estratégia de comunicação do Ministério da Saúde. O plano é evitar, com Nelson Teich, a repetição do efeito Mandetta: uma das queixas era a de que, sob o ex-ministro, a pasta se transformara numa ilha dissociada do restante do governo. As primeiras mostras do controle palaciano vieram já nos primeiros dias. Teich evitou as já tradicionais entrevistas coletivas sobre a evolução da pandemia no Brasil e preferiu se comunicar por meio de vídeos. Num deles, gravado por meio de um telefone celular, logo atrás do ministro aparecia a foto oficial de Jair Bolsonaro, em claro esforço para demonstrar que ele trabalha sob o comando do presidente. A estratégia tem sido conduzida por Fábio Wajngarten, secretário de Comunicação da Presidência e um dos padrinhos da nomeação de Teich. No dia do anúncio oficial da troca de comando na Saúde, aliás, logo após o pronunciamento que fez ao lado de Jair Bolsonaro, Teich foi levado para a sala de Wajngarten e lá, sem aviso prévio, foi pego no contrapé: estava tudo montado para ele dar uma entrevista ao vivo para o SBT, uma das emissoras diletas do secretário. Em seguida, o novo ministro foi empurrado para outro bate-papo ao vivo, desta vez com José Luiz Datena, na Band, outro canal que Wajngarten leva no coração.

Alan Santos/PRAlan Santos/PRWajngarten: padrinho do novo ministro e “guia” da estratégia de comunicação
 

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