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Argentina retoma discurso nacionalista pelas Malvinas

10.10.20 18:14

O governo de Alberto Fernández (foto) e da vice-presidente Cristina Kirchner ordenou a reimpressão dos mapas do país, que em breve passarão a ser usados nas escolas. No novo desenho — que na Argentina só pode ser impresso com autorização oficial —, a Antártida, onde os argentinos acreditam ter direito a um território, será retratada com outra escala, para parecer maior na imagem. O mapa agora é chamado de “bicontinental”, por englobar a América e a Antártida. Os argentinos também ampliaram a fatia da plataforma continental oceânica. Somando o que se ganhou no gelo e no mar, o território do país foi expandido em 1,7 milhão de quilômetros quadrados — uma área maior que a do estado do Amazonas.

A nova geografia é o resultado de leis aprovadas no meio do ano. Com a chancela dos parlamentares, criou-se um Conselho Nacional Assessor de Políticas sobre as Malvinas. O governo também prometeu impor sanções a quem praticar pesca ilegal em águas argentinas, que agora abrangem uma área muito maior e inclui ilhas como as Malvinas (ou Falklands, para os britânicos).

Mas a chance de os argentinos colocarem em prática esse último item é pequena. Os kelpers, habitantes das Ilhas Malvinas, praticam a pesca na área marítima em que os argentinos consideram ser deles. Mas as Forças Armadas comandadas por Buenos Aires não conseguem prevalecer militarmente no entorno do arquipélago. Nas Malvinas, há uma base militar britânica dotada de caças supersônicos Typhoon, que não encontram paralelo na frota argentina.

A nova política de Alberto Fernández retoma o tom nacionalista dos governos de Néstor e Cristina Kirchner. Entre 2003 e 2015, o contato com o Reino Unido foi nulo. Depois, com a posse de Mauricio Macri, os argentinos voltaram a conversar com o governo em Londres. Em 2018, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, chegou a visitar Buenos Aires.

No final do ano passado, um voo semanal de São Paulo, pela companhia Latam, teve autorização para ir às Ilhas Malvinas. Para os que faziam a oposição a Mauricio Macri, o voo de São Paulo foi um ato de traição do Brasil. É essa turma que agora está despachando da Casa Rosada. “O atual governo resolveu retomar o tema da soberania das ilhas porque sabe que isso reverbera bem na cultura popular argentina”, diz o cientista político argentino Alejandro Corbacho, da Universidade do Centro de Estudos Macroeconômicos da Argentina (Ucema).

“Além disso, a tática de criar um inimigo externo para desviar a atenção continua funcionando, ainda que cada vez menos”, prossegue Corbacho. Com a pandemia de Covid, metade da população passou a ser considerada dentro da linha da pobreza. O desemprego está em 13% e pode chegar a 20% no ano que vem.

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  1. A Argentina sempre busca fugir dos seus problemas e caçar encrencas. As Ilhas Falklands são dos Ingleses ! Acho que os Argentinos se esqueceram da guerra santa travada em 1982! É melhor procurar a paz e deixar como Ilhas Falklands!

  2. Criar vilões é uma das mais velhas táticas dos populistas para desviar as atenções dos problemas importantes. Agora, só uma correção, Duda: a área "incorporada" pela Argentina é de 1,7 milhões de QUILÔMETROS quadrados (e não metros quadrados).

    1. Vasconcellos, Duda escreveu 1,7 milhão de quilômetros quadrados. Vc se enganou ao escrever (e não metros quadrados). Fica valendo 1,7 milhões?

  3. Os desgovernantes argentinos além de carne de churrasco parecem que gostam também de carne de canhão. Quem sofre é o povo.

    1. Albertinha cucaracha voltou. Tuas irmãos e sobrinhas tinham me falado que vc estava deprimido, entre outras coisas. Coitadinha de vice. Enquanto elas se divertiam comigo, vice estava na fossa. Confesse, porque vc estava deprimida garota? É porque o Trump perderá a eleição? Ou será porque seis clientes não te dão mais gorjeta? Cucarachinha, cucarachinha, você é nossa diversão!

    2. A Venezuela é aqui! Tamanha boçalidade só poderia sair do cérebro baldio de quem a não ser o Jose (sem acento, que toma no assento), o parido pelo orifício retal, o chifrudo cuja metade cara queima a rosca com o vizinho enquanto ele fica o dia todo defecando pelos dedos em quase todos os comentários, em troca de mortadela e guaraná tubaína? Bom... ao menos aqui no Brasil (que não é nem de longe a Venezuela), ele não tem que comer carne de cachorro vira-lata, né? Que mal agradecido você é, Jose!

    3. A Venezuela é aqui. Ou você pensa que o Brasil está uma maravilha? Bozistas, bozistas, sempre lutando contra a verdade!

    1. O povo Argentino não merece tanto desgoverno. Mas para isto, tem que aprender escolher seus governantes. Esta história de Malvinas nao deu certo e nao vai dar certo de novo. Os habitantes da ilha Malvinas nao querem o domínio argentino. Chegam de aventuras mal sucedidas.

    2. Foi exatamente o que eu pensei quando li a manchete, kkk! Se quiserem, a Inglaterra cuida disso rapidinho, embora não tenhamos mais a mão firme de Margareth Thatcher comandando o embate. Ela deixou saudades...

  4. Será que é o calor e a umidade que fazem com que nós, latino-americanos, sejamos tão tresloucados para continuarmos aceitando governantes pés-rapados, ignorantes, bocas sujas, burros, sem ética, sem postura, corruptos, populistas, sem moral, ditatoriais ou é porque nós mesmos somos um pouco assim? No Brasil, tudo que é certo - ou deveria ser - NÃO COLA. A piada sobre a conversa entre Deus e São Pedro, vira e mexe, me volta à cabeça: "Calma, Pedro, espera só pra ver o POVINHO que vou botar lá".

    1. Conversa de comunista para esconder o verdadeiro problema. Servilismo aos globalistas de extrema esquerda. Povinho burro. Terão q conviver com o regime que os representa. Acho pouco para gente assim. Viva a Venezualizaçao dos ovários.

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