Como deve ser a primeira reunião dos dirigentes de PSDB, MDB e União Brasil após a janela partidária

Sem a presença de pré-candidatos ao Palácio do Planalto, os dirigentes das siglas que buscam a construção de uma candidatura única da chamada terceira via reúnem-se nesta quarta-feira, 6, pela primeira vez após o fim da janela partidária, que determinou o tamanho de cada legenda para as eleições de outubro.

O anfitrião do encontro será a União Brasil. Devem estar na sede do partido em Brasília, além de Luciano Bivar, que comanda a sigla, os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, do Cidadania, Roberto Freire, e do MDB, Baleia Rossi.

A ideia é reforçar a disposição pela aliança e avançar na definição das regras que resultarão na escolha de um nome para a disputa presidencial entre os quadros dos partidos, que contam com Eduardo Leite, João Doria, Simone Tebet e Sergio Moro.

A reunião ocorre depois de uma rodada de conversas entre os presidenciáveis de MDB, União Brasil e PSDB. Antes de se encontrar nos últimos dias com Leite e Tebet, Sergio Moro, recém-filiado à União Brasil, anunciou que deixa, por ora, o projeto de disputar a Presidência em nome da construção de uma candidatura única de consenso. Eduardo Leite, por sua vez, já declarou que não teria problemas em concorrer como vice em uma eventual chapa encabeçada por Tebet.

“Cada um precisa ter a dimensão de que o Brasil precisa disso (da terceira via). O Brasil não pode ficar prisioneiro dessa conjunção disjuntiva entre a extrema-direita e o populismo de esquerda, que tem várias chagas no seu passado”, comentou Roberto Freire.

Na avaliação de Freire, a partir do anúncio de um projeto conjunto, o presidenciável escolhido tende a começar a crescer nas pesquisas e, assim, aglutinar o apoio de outras siglas nas convenções partidárias, previstas para ocorrer entre julho e agosto.

“As pessoas ficam um pouco ansiosas, imaginando que esse prazo de abril (fim da janela partidária) definiu tudo. Não definiu nada. Só aqueles que podem ser candidatos em outubro. Agora, chegamos em uma nova etapa”, completou.

Os dirigentes acrescentam que ainda não há um “manual” para a definição da candidatura única. Ressaltam, porém, que a reunião desta quarta-feira, 6 , deve servir para que todos coloquem à mesa os critérios que, pessoalmente, acreditam serem cruciais para a escolha do nome, como pesquisas de intenção de votos, nível de rejeição, recall e capacidade de formar alianças.

O grupo não deve deixar à margem as desavenças recentemente protagonizadas por João Doria e Eduardo Leite. Embora o ex-governador de São Paulo tenha vencido as prévias do partido, Bruno Araújo tende a medir a temperatura junto a aliados sobre o papel de Eduardo Leite na construção da chapa.

“Um dirigente pode falar: ‘Olha, a gente tem de colocar o cara que venceu as prévias’. Outro pode preferir aguardar pesquisas. O Bruno quer ouvir, porque não é mais apenas uma questão restrita ao PSDB”, disse um interlocutor do tucano.