Karime Xavier/Folhapress

Escritórios de advocacia de ex-ministro do STJ são alvo de operação da PF

29.11.19 08:13

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal realizam na manhã desta sexta-feira, 29, a segunda fase da Operação Appius. São cumpridos dois mandados de busca e apreensão, expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, nos escritórios de advocacia do ex-presidente do STJ Cesar Asfor Rocha (foto), em São Paulo e Brasília.

A ação tem origem no acordo de colaboração premiada de Antônio Palocci. O ex-ministro petista afirmou que Asfor Rocha recebeu 5 milhões de dólares de propina da Camargo Corrêa para paralisar a Operação Castelo de Areia em 2010 e depois ajudar a anulá-la de vez no STJ em 2011. Deflagrada em 2009, a operação chegou aos mesmos esquemas de pagamento de propina posteriormente revisitados pela Lava Jato.

Segundo o MPF, a segunda fase da Appius foi necessária porque na primeira ação, realizada nos dias 7 e 8 deste mês, com busca e apreensão nos imóveis do ex-ministro em São Paulo e no Ceará, foram identificadas “circunstâncias atípicas”, como ausência de computadores, embora houvesse impressoras, cabos de rede e monitores, além da formatação de celulares com apagamento de dados. A força-tarefa suspeita que Asfor Rocha tenha ocultado informações importantes para a investigação e que a primeira operação tenha vazado previamente.

A ação desta sexta-feira nos escritórios de Asfor está sendo acompanhada por representantes da OAB, de acordo com o MPF. Em outubro, a força-tarefa já havia conseguido autorização judicial para quebrar os sigilos bancário e fiscal dos escritórios de Caio Rocha, filho do ex-ministro e suspeito de ter recebido o dinheiro em uma conta na Suíça, e de Márcio Thomaz Bastos (morto em 2014), ex-advogado da Camargo Corrêa acusado de intermediar os repasses. Todos eles negam as acusações.

Por meio de nota, o escritório de Cesar Asfor Rocha informou que “aguarda com serenidade as apurações baseadas em afirmações do ex-deputado Antônio Palocci.” 

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  1. Ele até pode ter seus consorciados lá, mas o porte de SP garante a ela uma posição privilegiada na rede de corrupção do judiciário. É uma fonte muita grande de obtenção de vantagens para que ela não tivesse seu próprio centro de irradiação. As peças são só parte do quebra-cabeça, elas servem para se entender os padrões e, assim, conceber como elas se encaixam para compor o JARDIM DA MALDADE.

  2. E se as teias forem sendo descobertas, elas não servem de parâmetro para que se mapeio outras teias existentes dentro da rede de corrupção operada por Gilmar? Não basta que se apreenda somente as peças, mas tb como elas se encaixam. Além de Gilmar, há tb o seu aprendiz: Alexandre de Moraes. SP sozinho é um SUBSISTEMA CORRUPTO dentro de um SISTEMA CORRUPTO, Tal como o CV manda no Rio e o PCC em SP não é razoável supor que Gilmar mande em SP.

  3. Se todos os caminhos levam a Gilmar, não basta que se descubra somente um destes caminhos, pois Gilmar pode até ser a erva mais daninha do jardim da maldade, mas ele não é a única. Se ele caísse, outro logo tomaria seu lugar e em poucos anos tudo voltaria a ser como sempre foi. Além do mais, se Gilmar é um centro de irradiação da corrupção, pq não se valer dele para se descobrir toda a rede e teias da corrupção se formam ao redor dele?

  4. Seguindo a lógica dos CORRUPTOS que consiste em replicar o mesmo modus operandi, a contrapartida disto seria exatamente qual? Replicar o que já foi feito no escritório de Asfor Rocha e no TJ-BA. É assim que se pode "capturar" as peças do quebra-cabeça e montá-lo para a opinião pública. Isto não só serve para aumentar o custo dos CORRUPTOS de se blindarem, mas tb serve para trabalhar na linha da cintura e "amaciá-los" esperando que baixem a guarda.

  5. Portanto, focar no quebra-cabeça e não nas peças (estas são só o meio para se atingir o fim, que é o quebra-cabeça) atinge os CORRUPTOS em dois pontos: na miopia deles e na capacidade deles se CAMUFLAREM. A miopia deles os impede de tomarem todas as precauções necessárias e aumentarem o nível de dissimulação de suas atividades criminosas. Enquanto isto, uma vez que o quebra-cabeça deixe de ser segredo, o mal produzido por eles deixará de ser difuso e CAMUFLADO.

  6. É óbvio que eles têm todo o interesse de mascarar a natureza sistêmica da corrupção deles, pq senão ela se tornaria problema de todos e assim haveria um PONTO DE PRESSÃO GLOBAL para que se acabasse com ela. Por outro lado, uma vez que eles agem sistematicamente, isto significa que eles deixam rastros por todos os lugares e estabelecem vínculos que não podem ser quebrados. Do contrário, isto significaria que eles poderiam ficar expostos.

  7. Em um quebra-cabeça, mesmo que uma das peças esteja faltando, isto não quer dizer que não se possa ter uma visão geral do quadro. Em geral os CORRUPTOS estão menos preocupados com a imagem completa e mais voltados em impedir que as peças sejam "capturadas" e vislumbradas. Eles não pensam sistematicamente, eles agem, e é isto que acaba por os tornar míopes à extensão do mal que eles causam. Para eles é uma questão de conforto psicológico e mecanismo de defesa que deve ser explorado.

  8. O lema é: vou apertar, mas não vou prender agora. Ou talvez até possam prender, mas não deveria ser o foco neste momento. Asfor Rocha é só parte do quebra-cabeça que compõe a corrupção sistêmica existente no judiciário brasileiro. Sendo assim, para se formar a imagem completa é necessário que as outras peças do quebra-cabeça sejam "encontradas" e encaixadas. Por isto é importante que se aproveite as peças já disponíveis para se entender quais outras estão faltando.

  9. A PF deveria investigar todos os escritórios de advocacia de esposas/maridos de juízes, desembargadores e Ministros do STF. Ia ser uma festa.

  10. A brecada na Castelo de Areia embaralhou o processo inteiro e o lixo da decisão foi empurrado goela abaixo dos pagadores de impostos do Brasil. Arquivo e vidas boa para os ladrões. LAVA JATO JÁ.

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