Governo contrata empresa para monitorar repercussão do drible no teto de gastos

Uma empresa contratada pelo Ministério da Economia vai monitorar nas redes sociais e na imprensa a reação da opinião pública ao drible no teto de gastos promovido pelo governo Jair Bolsonaro.

Ao longo da semana, o país acompanhou a debandada de parte da equipe do ministro Paulo Guedes, após manobra para revisão do teto de gastos. O governo busca a abertura de um espaço fiscal de 83 bilhões de reais para despesas adicionais em 2022, quando o presidente Jair Bolsonaro tentará a reeleição. A ideia é usar parte dos recursos para financiar o Auxílio Brasil, novo nome do Bolsa Família.

O contrato com a “empresa especializada em serviço de monitoramento e análise de mídias” foi assinado no dia 14 de outubro, a um custo de 91 mil reais. A contratada é a empresa Sergio Machado Reis EPP, com sede na Asa Sul de Brasília.

Na quinta-feira, 21, quando quatro dos principais auxiliares de Guedes pediram demissão, o ministério encaminhou para a empresa contratada uma lista de termos que deverão ser monitorados, dentre eles a palavra-chave “teto de gastos”.

Na sexta-feira, 22, Guedes e o presidente Jair Bolsonaro convocaram jornalistas para dizer, após uma semana de incertezas, que o ministro permanece no cargo e garantir que o governo “não irá fazer aventuras”. Ao lado de Guedes, Bolsonaro voltou a culpar as medidas restritivas adotadas por governadores pela alta da inflação e disse que o valor de 400 reais definido para o Auxílio Brasil foi resolvido “com responsabilidade”.