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O futuro dos protestos no Irã

12.01.20 16:14

Em novembro do ano passado, os iranianos foram às ruas protestar contra o aumento do preço da gasolina (foto). Mais de 200 mil manifestantes se espalharam por vinte cidades para gritar palavras de ordem contra o regime do líder supremo, Ali Khamenei.

A teocracia reprimiu os protestos com franco-atiradores do topo dos edifícios e de helicópteros, segundo a Anistia Internacional. Entre 200 e 1.500 pessoas teriam sido mortas. A internet foi tirada do ar pelo governo.

“Os protestos foram a expressão do descontentamento social e econômico que vem de muito tempo contra o regime. Depois da repressão, a reação de vários grupos que se indignaram com a violência estatal deixou o governo em situação muito difícil”, diz o cientista político alemão-iraniano Ali Fathollah-Nejad, pesquisador da Brookings Institution, em Doha.

Com a morte do general iraniano Qassem Soleimani na quinta, 2, o governo aproveitou-se da ocasião para tentar alimentar o patriotismo e unificar o país. A onda pró-governo, contudo, não deve durar muito. Neste sábado, 11, entre 700 e 1 mil iranianos voltaram às ruas de Teerã após o regime ter admitido que derrubou um avião ucraniano com 176 pessoas. Gritavam “morte ao ditador”.

“Os problemas que alimentaram as manifestações do ano passado não serão resolvidos, porque o governo não fará nada nesse sentido. Em algum momento, os protestos deverão retornar com mais força. É só questão de tempo”, diz Fathollah-Nejad.

Após as manifestações contra a derrubada do avião, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou mensagem no Twitter. “Ao corajoso povo do Irã que há muito sofre: estou ao lado de vocês desde o começo da minha presidência e minha administração continuará a seu lado. Estamos acompanhando os seus protestos de perto, e estamos inspirados pela sua coragem”, escreveu Trump.

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  1. Os iranianos devem estar entre os chilenos e os honguecongues, até podem um pouco mais que estes e sabem mais que os primeiros aquilo que querem, mas ainda assim estão muito distantes de realmente serem capazes de conduzir um processo estruturado e ordenado que permita uma resolução relativamente descomplicada e fluida.

  2. Assim, a resolução da situação e a distensão político-social estão mais nas mãos dos detentores do poder no Irã do que na vontade popular, pois uma coisa é saber o que não se quer, outra é saber exatamente o que se quer. Basta ver Hong Kong e o Chile, os manifestantes sabem muito bem o que não querem e no primeiro caso até parecem saber o que querem, mas não perceberam que não podem ter, enquanto no segundo sabem o que não querem, porém, apesar de poderem, não fazem a menor ideia do que querem.

  3. De uma forma ou de outra isto terá que ser feito mais cedo ou mais tarde, já que ele eventualmente irá morrer. Portanto, melhor que seja planejado e que trouxesse algum ganho para a sociedade iraniana, virando a página de um regime que já perdura 30 anos e que se encontra extremamente desgastado frente à opinião pública. Por mais que os manifestantes possam sair às ruas exigindo alguma coisa, eles dificilmente tem alguma solução exequível em mente.

  4. Não democracia ateniense, o ostracismo era uma punição a um cidadão, normalmente um político, de ser banido ou exilado por um período de até dez anos. Neste sentido, em ordem para dar uma acalmada nos ânimos e na insatisfação, seria bom se algo equivalente ou similar a isto fosse aplicado ao aiatolá Khamenei, o que em parte já se iniciaria com uma transição de poder, com ele se retirando da vida pública e se afastando de qq atividade que pudesse vinculá-lo ao exercício do poder.

  5. Ademais, mesmo que os protestos sejam generalizados, a sociedade iraniana provavelmente ainda pode ser segmentada em um grupo ultraconservador que não dificilmente perfaz 50% da população. Ou seja, este grupo não estaria descontente com a teocracia em si, mas a incompetência econômica e social dela. Mesmo que houvesse uma separação entre Estado e religião, a cultura e o consciente coletivo iraniano continuariam sendo majoritariamente de espectros conservador e ultraconservador.

  6. Em meio a este cenário hipotético e utópico, os manifestantes nas ruas servem para demonstrar a fraqueza do regime, mas pouco acrescentam quanto a uma possível saída. Há que se lembrar que o Irã nunca teve democracia e o descontentamento popular não deve ser referir a isto, mas à hecatombe econômica do regime. Não fosse isto, qq insatisfação com a falta de liberdade e o ultraconservadorismo dos aiatolás seria represada pelo estado de "bem-estar" social.

  7. É como se o regime separasse o seu ativo tóxico (Líder Supremo) do restante dos ativos do regime: religião e exército. Imaginar que o irã se transformará em uma democracia de moldes ocidentais é uma utopia, se ele já conseguir migrar para um modelo como o Turco ou o Russo (um pouco mais perto, mas ainda distante) é muito. Na prática e no longo prazo há uma grande chance de que o Irã continue a ser uma autocracia, mas isto não significa dizer que continuará sendo uma teocracia.

  8. Em um cenário ideal, o Líder Supremo aceitaria transferir seu poder e dividi-lo em dois: militar e religioso. Ele é a face pública do regime e por isto é quem carrega o desgaste da falência do regime, além de ser o principal responsável pela catástrofe do regime. Em tese, ao transferir o poder, ele estaria pondo um fim em um ciclo que iraniano algum acha que levará a lugar algum e permitindo que um novo ciclo se inicie, renovando as esperanças.

  9. Por que será que a esquerdalha nacional e internacional está noticiando os protestos no Irã? Há poucos dias, falavam com o maior respeito sobre o general terrorista que foi morto por ordem de Trump. O que há por detrás dessa mudança? Hummmm...

  10. Conversa entre Comandante do Espaço Aéreo Iraniano e o cara do radar: - Senhor, tem um avião enorme em nosso espaço aéreo. - Saindo ou vindo? - Quem souber, morre, senhor. - Entrou em contato? - Ainda não respondeu, senhor. - Tem autorização pra derrubar. - Senhor? - Esqueceu que Trump disse que nos atacariam com força desproporcional se a gente atingisse pessoas ou órgãos americanos? - E atacamos, senhor? - Bom, atacaram umas bases deles. - Certo. - Sem dó. Derrubem a Mãe de Todas as bombas.

  11. Julgamento judicial para esses líderes teocrático. Afinal, intencional ou não, foi um ato criminoso contra vidas de inocentes civis. Que vá fazer companhia ao Saddam Hussein, ao Osama bin Laden, Qasem Soleimani, dentre outros.

  12. Estou com Trump. Esses ayatolás tem que deixar o governo ! Tragico esse sistema. O povo persa é evoluido e saberá progredir sem esses ayatolas retrogrados.

    1. Então, quer dizer que os aiatolás deverão fazer as malas e sair bem quietinhos, só porque você e o Trump querem. São piores que o Maduro; só sairão na horizontal, bem mortos por mísseis ou fuzilados por uma revolta popular massiva.

  13. A população precisa derrubar essa tirania demoníaca, ou arcará com as consequências junto com os governantes terroristas.

  14. Gostaríamos de ver 2 drones em ação no Irã para eliminar duas pragas diabólicas disseminadoras do ódio, pedofilia e terror: Ali Khamenei e Hamadinejad.

  15. Esse Trump é bem fdp e sonso, kem está matando o povo iraniano ??? Com certeza não é o ditado e sim o governo americano com seus embargos econômicos ao Povo iraniano.

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    2. Realmente, esse Niskesquisito, além de obtuso é péssimamente informado. Com certeza é um terraplanista.

    3. essa vergonha vc vai pagar no débito ou no crédito?

    4. Caramba, vc não tem vergonha de passar, assim sem mais nem menos, um atestado de ignorância desses?

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