Tom Costa/MJSP

O novo teste de força de Anderson Torres na Esplanada

22.03.22 14:31

Depois de conseguir trocar o comando da Polícia Federal, emplacando um nome da sua estrita confiança, o ministro da Justiça, Anderson Torres (foto), enfrenta um novo teste de força na Esplanada. Torres se articula para tentar promover o reajuste das carreiras policiais, incluído pelo governo no orçamento de 2022. A pedido do presidente Jair Bolsonaro, foram reservados 1,7 bilhão de reais para aumentar salários da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Departamento Penitenciário Nacional.

O assunto está sendo tratado no Ministério da Justiça, mas depende do aval do Ministério da Economia. O desenrolar da questão passa por uma queda de braço entre Anderson Torres, neste momento fortalecido, e Paulo Guedes, cada vez mais sufocado por figurões do Centrão.

O ministro da Economia entende que conceder o benefício aos policiais, priorizando somente essa categoria, pode levar as demais carreiras federais a se mobilizarem para inviabilizar a reeleição de Bolsonaro, devido à gritaria geral que o gesto tende a causar, já que não há recurso disponível para aumentar os salário de todos os servidores. A palavra final caberá ao presidente, que não esconde que tem preferência pelas polícias.

Na PF, o anúncio de um provável reajuste é esperado até o dia do aniversário da instituição, em 28 de março. Se não ocorrer até lá, delegados temem que o clima de “levou, mas não ganhou”  seja instaurado. Se for adiante, a reestruturação das carreiras dos policiais vai tramitar no Congresso via medida provisória e inclui mais categorias até o topo da função, além de uma série de requisitos para mudança de níveis de remuneração. O mais aguardado é o anúncio do reajuste, que, espera-se, seja superior a 15%.

A Lei de Responsabilidade Fiscal prevê que em ano de eleição a reestruturação de carreiras deve entrar em vigor até seis meses antes do final do mandato. A data-limite é 4 de julho para publicação, aprovação e sanção da medida provisória.

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  1. País sem condições de dar reajuste! Se estão descontentes, que busquem trabalho noutro lugar, como muitos cidadãos fazem!

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