Pendurar cartaz na janela e segurar balões com cores da Ucrânia pode dar prisão na Rússia

De acordo com a ONG de direitos humanos OVD-Info, ao menos 5.982 pessoas foram presas (foto) por fazerem manifestações pela paz na Rússia entre a quinta, 24, quando começou a invasão da Ucrânia, e esta segunda, 28.

Alguns dos detidos empunhavam cartazes com mensagens simples, como “parem com a guerra” ou “não para a guerra, não ao silêncio“.

Outros que penduraram cartazes contra a guerra nas suas janelas foram procurados pela polícia. Também foram detidas pessoas que estavam fazendo manifestações individuais, segurando balões ou flores com as cores azul e amarelo, da bandeira da Ucrânia.

Publicações nas redes sociais organizando manifestações ou anunciando a distribuição de panfletos também geraram prisões, segundo a OVD-Info.

No domingo, 27, a Procuradoria-Geral da Rússia disse que pacifistas poderiam ser acusados de “alta tradição” por receber ajuda de um estado estrangeiro. A pena de prisão pode chegar a 20 anos.

Outras acusações contra os manifestantes pela paz são de desobediência a um agente da polícia, permanência simultânea de vários cidadãos em um lugar público, vandalismo, obstrução de ruas e violação das restrições da pandemia.

A polícia tem sido acusada de fazer uso excessivo da força. Em São Petersburgo, um homem que participava em um protesto contra a guerra foi espancado por policiais em uma carroça. O ativista de direitos humanos Andrei Lalih foi jogado por cima de uma cerca e teve uma luxação no ombro. Na mesma cidade, um manifestante foi atingido por um policial na cabeça com um cassetete e teve de ser carregado nos braços.